quarta-feira, 12 de maio de 2010

O azeite do Espírito


Uma das melhores coisas de estarmos unidos num congresso é a comunhão.

Temos necessidade de se comunicar. Aqueles que estão por traz do púlpito estão cheios de ousadia para pregar o evangelho.

Caminhar com Jesus é uma guerra, servir a Deus não é fácil.

As frases mais mentirosas que ouvimos:

Vendedor - qualquer coisa volta que eu troco;

Dentista - não vai doer nada;

Muitos dizem que a vida com Deus é cheia de facilidades, mas não é bem assim.

Você já viu alguém sendo usado por Deus sem passar pela cruz? Não existe, porque todos que foram usados por Ele passaram pela cruz.

Lucas 9:23

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.

Jesus diz: Negue-se a si mesmo e Siga-Me.

Jesus teve a cruz Dele e você tem a sua?

A cruz é mais que o caminho de autonegação, ela tem que ser para você o mesmo que foi para Jesus.

A CRUZ PARA JESUS FOI A MORTE

João 12:24

Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto

A cruz é um caminho de morte e não dá para andar com Deus sem tomar sua cruz todo dia.

Quantas vezes nós percebemos que não estamos tão mortos quanto deveríamos?

Deus nos leva as situações para nos mostrar isso.

Sentimentos que vieram da parte do velho homem, sentimentos que não deveriam estar em nós e muitas vezes quando passamos por algo encontramos a magoa, o rancor, a amargura, a rejeição, os sentimentos de vingança.

Quando esses sentimentos se afloram você percebe que está vivo.

Ver Marcos 14:32-42

Essa passagem nos mostra o momento em que a cruz se aproxima de Cristo, e essa oração mostra o que a cruz representa para Ele.

Aba Pai = paizinho, Ele estava contrito e quebrantado na presença de Deus, porque a cruz envolvia dor, traição e rejeição.

Jesus foi rejeitado por seu povo, a cruz envolveu dor emocional e espiritual.

O Getsêmani representa o retiro de Cristo, lá se encontram plantadas oliveiras de 700 D.C, e ainda oito oliveiras com mais de 2000 anos.

Getsêmani (Ghetsemane= "prensa de azeite", sendo o que se presume um olival).

O Getsêmani, junto ao Monte das Oliveiras, foi o cenário da entrega final que Jesus, enquanto orava, suou sangue e onde foi traído por Judas Iscariotes, na noite anterior à sua crucificação.

O nome do local em que Jesus encontrava-se momentos antes de sua prisão trazia com exatidão o que estava acontecendo com ele, quando iria ser sacrificado e esmagado como uma azeitona, a fim de que a humanidade pudesse receber o Espírito Santo em seus corações. Ou seja, assim como uma azeitona precisa ser esmagada para que seja extraído o azeite, Jesus também precisaria ser sacrificado para a humanidade poder receber a presença interior do Espírito Santo.

Mateus 21:1-7

E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes

Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.

E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister; e logo os enviará.

Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:

Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, Manso, e assentado sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho de animal de carga.

E, indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara,

Trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima.

Nós somos a extensão do ministério de Jesus, para dar frutos precisamos morrer.

Somos como a azeitona e precisamos passar pela prensa para poder dar azeite.

As azeitonas são espremidas e passam por diversas formas de pressão.

Todos os dias eu preciso negar a mim mesmo, se quero ser uma extensão do ministério de Jesus eu tenho que morrer para mim mesmo.

Porém, virar azeite nas mãos de Deus não é assim tão rápido.

Primeiro você tem que enxergar que é um projeto de Deus, senão na primeira dificuldade vai se afastar do Evangelho.

O Evangelho não é um caminho florido.

Vamos ver as etapas de extração e pressão para obter o azeite:

1ª extração - produz o primeiro óleo, significa o óleo das primícias, é o mais puro azeite, o azeite extra virgem.

Esse óleo precioso tinha um destino especifico, era utilizado para a iluminação do templo.

Ele acendia as lâmpadas do candelabro. Um candelabro tem sete lâmpadas que representam toda a plenitude do Espírito de Deus.

Isaias 11:2

E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.

Ela terá essas características, a haste principal refere-se ao Espírito do Senhor e quando declaramos que queremos esse óleo, nossa vida começa a fluir no Espírito Santo e assim seremos transformados.

Recebemos nova alegria, paciência, longanimidade, sabedoria, conselho, entendimento do céu, nossa lâmpada se acende.

Recebemos o Espírito de fortaleza para permanecer em pé, para fazer a obra.

Somos transformados em cristãos inabaláveis.

O candelabro é uma luz que tem que iluminar o templo (nós somos o templo) é o primeiro passo para dar frutos.

A pressão vem e existem momentos que não entendemos nada e questionamos tudo, nos perguntamos: por que tudo isso esta acontecendo?

Temos que viver situações onde nos sentimos humilhados, a pressão vem com a dor, com a calunia, difamação, indiferença e traição. A pressão vem e não importa como.

Por que estou passando por isso?

Quando a prensa aperta, você coloca a cara no pó. Você volta ao ponto zero, porque você tem que morrer para si mesmo.

Quando chegamos ao ponto zero, oramos como em nenhuma outra situação.

Aquela situação que faz lembrar como você se achega a Deus e começa a morrer. Menos de si e mais de Deus.

Existem situações que vai te levar para o ponto de angustia e de rejeição, mas morto não sente rejeição, nem ressentimento e se isso está acontecendo é porque você ainda tem que morrer.

A alma ferida vai para o pó e se não for assim não é, porque essa obra só termina quando Deus nos chamar. Não da para falar tchau para Jesus.

Agüenta a pressão senão não tem azeite. Se você agüentar essa pressão, através da sua vida pessoas serão cheias do Espírito Santo de Deus. Você vai começar a produzir azeite do Espírito.

2ª extração - produz óleo que serve para alimentação = pão da vida, Jesus é o pão da vida.

João 6:32-34

Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

Se você agüentar a pressão, Jesus começa a te usar diferente. As pessoas começam a olhar para você e querem o que você tem.

Quando você tem azeite para alimentar, as pessoas vêm atrás de você para serem alimentadas.

Você tem pão para dar porque passou pela prensa.

Aqui tem Deus, Aqui tem pão.

3ª extração - produz óleo que serve para remédio, cura dos enfermos

Isaias 53:5

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Você recebe unção para cura emocional, física e da Igreja.

Unção de cura poderosa sendo liberada. Esse óleo vem para quem vive a pressão e permanece. Essa unção é conquistada.

4ª extração - produz óleo misturado com o caroço, é um óleo mais grosso = graxa.

Ele serve para lubrificar a prensa e dar continuidade a um trabalho.

Significa óleo para o ministério, óleo que separa para a chamada ministerial, que abre a mente e o coração.

É a unção para realizar a obra, e Jesus conquistou isso para nós na cruz.

Quando você começa a desatar ministérios, entra num outro nível.

Deus olha para você e diz: Esse não me larga nunca, nele eu posso confiar.

Você vai começar a ungir pessoas, a cuidar de ministérios da Igreja.

O óleo flui em você e por você. A pressão só vem para anunciar mais óleo.

Por isso não importa em qual extração você esteja agora, apenas lembre que quanto mais pressão, mais azeite vem para sua vida.

Morra para si mesmo, pegue sua cruz, siga Jesus e seja cheio do Azeite de Deus.

Cheios do Espírito e vazios de si mesmos


Uma vida cheia do Espírito
Efésios 5:15-18 “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios. Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”.
Temos aqui muitos mandamentos imperativos: “vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios”, é um imperativo. “Remindo o tempo”, é um mandamento. Por que remir o tempo? “Porquanto os dias são maus”. Se os dias do apóstolo Paulo eram maus, que diremos dos nossos dias, se a recomendação do apóstolo Paulo para aquele tempo era essa, então muito mais devemos atentar para essa ordenança da Palavra de Deus. E também diz: “Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do senhor”. Sabemos que para andar nesse tempo e em qualquer tempo sobre a face da terra é de suma importância entendermos a vontade de Deus, se realmente queremos alcançar tudo o que Deus tem para nós.
O Senhor deu um filho a Enoque e seu nome era Matusalém. Aquele filho tinha um significado. O nome Matusalém significa: “quando este for o juízo virá”. Exatamente quando Matusalém partiu desse mundo o dilúvio veio sobre a terra. Mas aconteceu algo na vida de Enoque: ele remiu o tempo, não foi insensato. A partir daquele momento ele teve uma determinação de andar com Deus. A palavra Enoque significa “disciplina”. E diz a Palavra que Enoque Andou com Deus. Isso é vida de sabedoria, isso é prudência. Qual é a maior prudência que nós podemos ter? É andar com Deus, é seguir o Senhor.

Não Mais Eu
Gênesis 5:24 “Andou Enoque com Deus e já não era. Porque Deus para si o tomou”. Isto é muito importante: “Já não era Enoque. Não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Enoque foi andando com o Senhor, andando com o Senhor. Mas como ele estava no tempo do velho testamento – sendo diferente de hoje quando Cristo veio para habitar em nós e nós habitamos em Cristo – o que Deus fez? Enoque tinha renunciado tudo, inclusive ele mesmo, negado a si mesmo para andar com Deus, já não era mais Enoque, então diz a Bíblia que “Deus o tomou para si”.
É esse o processo que Deus está querendo da Igreja: que de tal forma ela venha remir o tempo se dando ao Senhor e assim ir sofrendo antecipadamente a transformação, que chegará a não ter mais a identidade do eu, mas apenas a identidade do Senhor.
Não mais eu, mas Cristo. Enoque andou com Deus de uma forma simples. Não fez coisas complexas como jejuar 40 dias ou subir montanhas para andar com Deus. Ele fez algo muito simples.

O Testemunho da Fé
Hebreus 11:05 “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”.
Será que alguém teve a idéia de perguntar a Deus onde estava Enoque? Acho que não. Ele deixou um impacto em sua geração e no seu tempo. Naquela época certamente todos se conheciam e sabiam que Enoque estava ali confessando o nome do Senhor, andando com Deus. Eles sabiam disso e de repente ninguém mais viu Enoque, já não era mais Enoque. Isto causou um impacto muito grande.
O arrebatamento da Igreja será um impacto universal, cremos que o Senhor terá misericórdia da Igreja e vai prepará-la, porque na situação que está hoje, onde há pouco afeto pelo Senhor, muito afeto pelo mundo, muito prazer, muito entretenimento, muita vontade própria, muito deleite da vida, será necessário o Senhor, pela sua misericórdia, trazer uma experiência de restituição.
Enoque, Noé e Abraão deixaram um impacto muito grande em seus tempos. Abraão impactou o mundo religioso de tal forma porque nunca havia ousado deixar os deuses de seus pais. Nunca alguém tinha visto a Deus ou ouvido sua voz. Porém se manifestou a Abraão segundo está relatado no novo testamento através de Estevão: “O Deus da glória apareceu ao nosso pai Abraão”. Foi um impacto. O Deus vivo e verdadeiro apareceu. E depois Abraão deixou aqueles deuses nos quais todos confiavam. A maior segurança de um homem eram aqueles deuses dos caldeus e agora Abraão ousa, pela fé, sair.
Hoje há uma tremenda segurança nos sistemas religiosos. A estrutura religiosa é uma segurança: desde o catolicismo romano e passando todas as denominações e instituições religiosas, vemos que são verdadeiras fortalezas econômicas, políticas e religiosas. Hoje o sistema religioso está casado com a política, tendo poder político. Mas a Igreja são aqueles que são tirados para fora. A palavra “Eclésia” significa “aqueles que são tirados para fora”. A assembléia que o Senhor tira do meio, do comum. E quando ela aparece não será chamada pelo mundo de Igreja. No começo, quando a Igreja começou a viver com Cristo, foi chamada “a seita dos nazarenos” ou “os do caminho”, pois eram peregrinos.
Mas qual era o segredo de Enoque?
Enoque não foi achado, ficou esse impacto na geração dele, “porque Deus o trasladara, visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”. Para ser arrebatado é necessário alcançar um testemunho de que agrade a Deus. O Senhor, nesses últimos dias, está trabalhando para que nós alcancemos um testemunho agradável a Ele. É por isso que Ele trouxe as verdades que quer que vivamos. No sistema religioso, muitas verdades estão como no tempo de Safã, quando Hilquias achou o livro da lei, no meio da poeira dos móveis (2ª Reis 22:8). É isso que o sistema religioso faz: coloca a Bíblia em baixo das prateleiras criando pó e vive pelo estatuto criado pelo homem. E quando alguém descobre o livro da lei, o livro da Palavra de Deus, acontece um avivamento, um retorno para Cristo, para verdade e há uma alegria, há gozo, porque a palavra de Deus é muito rica e nos enriquece em Cristo.

Alcançar Um Testemunho
Para alcançar um testemunho sabemos que precisamos viver segundo a vontade de Deus, o que Paulo também advertiu: “não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”. Mas para isso precisamos de uma chave de suma importância, que é a vontade do Senhor. Onde está ela?
Efésios 5:18 “E não vos embriagueis com vinho”.
Se quisermos ter discernimento da vontade de Deus, deixemos o vinho desse mundo e sejamos pessoas consagradas. Alguém lembra o princípio do nazireado, que significa consagrado?

Gozo Completo
Em Números 6 lemos que o nazireu era aquele que se consagrava mesmo não sendo sacerdote da linha de Levi. Espontaneamente queria servir e ser agradável ao Senhor. Conforme a lei ele fazia o voto do nazireado para ser consagrado ao Senhor. Então primeiramente ele devia se abster do vinho desse mundo. Não podia beber vinho, nem chupar uva, nem beber bebida de qualquer espécie desse mundo e ainda os caroços das uvas não podia provar. O que significa isso? O vinho representa a alegria que o mundo nos concede. O mundo oferece muitas alegrias, mas o Senhor nos oferece uma incomparável. E Ele deseja que a nossa alegria seja completa, que o gozo seja completo como lemos em João 15:11. Enquanto estivermos bebendo, ainda que seja um pouco do vinho desse mundo, jamais poderemos experimentar o gozo completo. Se tivermos ainda satisfação com esse mundo, o nosso gozo não vai ser completo. E um gozo completo é o poder que você terá para o ministério do Espírito Santo, o ministério de Cristo nessa terra. Sem gozo qualquer ministério morre, não permanece. É por isso que a Igreja precisa ter gozo, alegria. Por que você prega o evangelho? É porque você está triste? Não!
João 15:11 “Tenho vos dito isso para que o meu gozo permaneça em vós e o vosso gozo seja completo”.
Não podemos misturar o gozo deste mundo com o gozo que o Senhor nos dá. “Para que o meu gozo permaneça em vós e o vosso gozo seja completo”. O Senhor quer servos gozosos, cheios de gozo. Quando eles pregam o evangelho, essa alegria contagia as pessoas. A esse tipo de vida as pessoas vão dizer: “eu quero ter! Este homem está sendo perseguido, mas está regozijando” como Paulo diz em Colossenses 1:24: “regozijo-me agora no que padeço por vós e no meu corpo cumpro o resto das aflições de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja”. Se nos alimentamos com o vinho deste mundo, quando vier a adversidade o gozo irá embora. Se temos vivido uma vida mesclada, quando vier a situação difícil ou quando o dinheiro acabar o gozo irá embora. Mas se o nosso gozo é somente o gozo do Senhor, maravilha! Mesmo que falte tudo, aqui dentro há um regozijo. É isso que mantém o cristão. Por que muitos se desviaram da fé? Porque mudaram de gozo. Quantos que estavam cheios do Espírito Santo, começaram a agir com insensatez se satisfazendo com o vinho deste mundo, e de repente caíram?
Uma mulher samaritana tinha bebido o vinho de cinco maridos, e tinha o sexto marido que não era dela. Mas quando ela bebeu do Senhor, o gozo do Senhor entrou naquele coração e ela foi e disse para a cidade inteira: “venham ver, porventura não é esse o Cristo?!” Aqui está a chave para a Igreja: “consagração”, gozar da presença de Deus. Isto é, quando formos verdadeiros nazireus do novo testamento. Você pode ler números 6 para entender melhor sobre a lei do nazireado.

Vinho x Espírito
“Não vos embriagueis com o vinho”
O Salmo 104:15 diz: “E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração”. Mostrando que o vinho representa a alegria para o homem. Quando o homem está triste, como por exemplo, se ele briga com a esposa, e ela não o quer mais, ele bebe vinho para ficar alegre. Isso é o que o mundo faz.
Mas você, quando passar por uma adversidade, vá se encher do Espírito Santo. Não adianta ficar com a cabeça baixa, se ajoelhe e fale: “Senhor enche-me do Espírito Santo”.
“E não vos embriagueis com o vinho em que há contenda”
Por que há contenda quando bebemos o vinho desse mundo?
Gálatas 5: 16-17“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem se um ao outro, para que não façais o que quereis”.
Diz: “estes opõem se” ou “contendem”, eles fazem uma contenda. Quando nós estamos vivendo segundo a carne, há uma contenda do Espírito contra a nossa carne.
Cada vez que somos mistos, temos um gozo no mundo que é o gozo da carne, e queremos o gozo do Espírito. Certamente quando temos o gozo da carne, perdemos o gozo do Espírito. Há uma contenda do Espírito Santo contra nós, e ao mesmo tempo a carne quer continuar tendo o prazer e a alegria desse mundo, então contende com o nosso espírito, onde o Espírito Santo habita. Então: “não vos embriagueis com vinho em que há contenta”, vinho sempre traz contenda. Isso é uma contenda interna no coração do homem cristão. Ainda que também possa ocorrer contenda exterior.
“Mas enchei-vos do Espírito”
É um mandamento imperativo. Isto é uma vida de fé, Enoque pela fé andou com Deus. Que fé? Ele creu no Senhor, não creu somente na existência de Deus, mas creu na advertência que o Senhor tinha dado: “quando Matusalém for recolhido o juízo virá”. Então ele começou a andar com Deus. Ele deve ter pensado “Será que, de repente, Matusalém pode ser recolhido daqui a cinco dias?! Está muito perto o juízo”, e começou a andar com Deus. Trezentos anos se passaram andando com o Senhor. Deus prova. Às vezes você há cinco anos atrás foi cheio do Espírito Santo, andou por cinco anos com o Senhor e agora não está andando mais. Você creu na Palavra; houve uma ministração de Deus sobre a sua vida; a palavra veio, você temeu naquele momento e certamente você se abriu para o Espírito Santo. Mas depois tudo se escoou; aquela vida acabou; o gozo terminou. É necessária uma restauração, uma restituição. Aqui está a chave da vida cristã, uma vida no Espírito, uma vida cheia do Espírito Santo. “Enchei-vos do Espírito”.


Condição para ser cheio e manter-se cheio do Espírito..
“Estar Vazio de Si Mesmo”
Em Efésios 5:18 diz: “não vos embriagueis com vinho”, isto fala de uma vida vazia de si mesmo.
Tem uma história no velho testamento:
II Reis 4: 1-7 “E uma mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. E veio o credor, a levar-me os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse: Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe a parte o que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia. E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse. Não há mais vaso nenhum. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”.
Irmãos, aqui têm princípios, e um dos princípios para se encher é estar vazio. Quando Paulo fala: não vos embriagueis com vinho, ele está dizendo: “Esteja vazio disto, não se encha disto, mas se encha disto outro aqui”. Encha-se de que? Do Espírito. Então, o princípio de Deus é este: uma vida vazia de si mesmo pode ser um vaso preparado para ser cheio do Espírito Santo. E quanto mais vazio de si mesmo você se manter, permanecerá cheio, porque na experiência dessa mulher em II Reis, houve abundância de vasos que foram sendo cheios, com o primeiro vaso que representava ela mesma. Foi enchendo os demais vasos. É uma vida que se multiplica. A vida no Espírito se multiplica. A vida no Espírito enche toda a Igreja. Quando o Senhor batizou com o Espírito Santo no Pentecostes, não batizou um irmão, mas encheu todos os irmãos. Quando eles estavam orando juntos, o lugar tremeu e todos foram cheios do Espírito Santo.

O Azeite e o Reino
Também há outro princípio da vida espiritual: não apenas é interessante nós termos azeite na vasilha. Ela tinha azeite na sua botija, mas o que era necessário? Era necessário multiplicar aquele azeite. Esse mesmo princípio está na parábola das dez virgens em Mateus 25. E este é um posicionamento que essas cinco virgens tiveram para esperar o seu Senhor. Se estamos esperando o nosso Senhor, nossa maior necessidade para isso é uma vida cheia do Espírito Santo. Se você olhar em Atos dos apóstolos, os apóstolos queriam saber quando seria restaurado o reino a Israel e o Senhor falou assim: “Recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós e ser-me-eis testemunhas” e, logo após o Senhor ter dado esta palavra, foi elevado aos céus e dois varões falaram: “Este Jesus que foi elevado para o céu, assim como vocês o viram subir, assim mesmo ele descerá”.
Atos 1:6-11 “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”.
Olha só o assunto do Senhor: parece que não tem nada a haver com o reino. Sabe onde é que viria e se introduziria o reino? Naqueles que seriam cheios do Espírito Santo. É ali que está o reino. O que é o reino de Deus dito por Paulo? Inclusive o apóstolo Paulo teve participação no livro dos Atos dos apóstolos e ele disse em Romanos 14:17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida”. Isto é o mesmo que ele fala em Efésios: “não vos embriagueis com vinho”, ou seja, “não se preocupe com o enchimento das coisas desse mundo”, “mas é justiça, e paz e alegria no Espírito Santo”. Isto é o reino de Deus estabelecido dentro de nós. O Senhor não estava focalizando o reino de Israel, porque este seria um reino político e terreno. Mas Ele queria estabelecer um reino espiritual através da vida no Espírito, uma vida cheia do Espírito Santo.
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo”. O maior poder do Espírito Santo é o poder de viver para Deus. Aqui está o reino de Deus, porque o enchimento do Espírito Santo é para viver uma vida exclusiva para Deus. Deus reinando em nós. Deus governando. Deus com seu trono em nosso coração. Estevão tinha um trono em seu coração e viu o trono de Deus e o Senhor Jesus em pé a destra do Pai. E por que ele viu tudo isso? Porque ele estava cheio do Espírito Santo e ele fixou os seus olhos no céu. A vida cheia do Espírito também muda o nosso foco, nosso olhar. Muda a nossa fixação. Nossa fixação será o trono de Deus e a pessoa de Jesus Cristo. Esse é o estabelecimento do reino de Deus em nosso coração. O reino começou com a Igreja e se estabeleceu na Igreja desde o princípio do Pentecostes.
“Mas recebereis a virtude (ou poder) do Espírito Santo que há de vir sobre vós”. Esta palavra é muito importante: “há de vir sobre nós”. O Espírito Santo tem um governo interior na nossa vida, e um governo exterior sobre nós. Ele governa toda nossa vida exterior e interior.
“E ser-me-eis testemunhas”. Enoque foi testemunha quando andou com Deus? Sim, Ele foi testemunha. Alcançou um testemunho de que agradara a Deus.
“E ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra". E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”.
Dessa mesma forma o Senhor vai voltar, Ele virá desde o trono até as nuvens que o ocultaram e depois até esta terra. O melhor posicionamento para esperar a volta do Senhor é: cheio do Espírito Santo.

Lâmpada e Vasilha
Em Mateus 25, como em 2ª Reis, houve uma provisão abundante de azeite. E está mostrando o posicionamento que estas virgens prudentes tomaram. “Então o reino dos céus”, veja, está falando do reino dos céus. “Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo”. Aqui há uma diferença na colocação. Todas elas tinham lâmpadas. A lâmpada do homem, diz em Provérbios, é o seu (do homem) espírito. Todas têm lâmpada e todas elas tinham um pouco de azeite, porque todas foram salvas pelo poder do Espírito Santo, que habita no espírito delas. Mas há uma outra necessidade, maior que essa. Não devemos apenas ter o Espírito Santo como selo da nossa salvação.
“E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas não levaram azeite consigo”. Aí está uma diferença. As insensatas saíram com as lâmpadas, mas não levaram azeite.
“Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas”, não é lâmpada, mas sim vasilhas.
“Com as suas lâmpadas”. As prudentes tinham azeite na lâmpada e também vasilhas de azeite. Isso significa uma vida cheia do Espírito Santo. Vida transbordante do Espírito Santo.
O cristão não tem somente a lâmpada, mas também a vasilha. O que Elizeu falou para aquela mulher? “Traga vasilhas, muitas vasilhas vazias” e ela encheu todas aquelas vasilhas e ficou com abundância de azeite.
Uma vida de salvo comum não é suficiente e nem ardente pela volta do Senhor. Mas, o desejo ardente pela volta do Senhor somente é possível pelo enchimento do Espírito Santo.
“Não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. Este é o primeiro princípio: ser vazio de si mesmo para que o Senhor encha abundantemente. Se você quer servir e esperar o Senhor este é o segredo. Então vai acontecer aquilo que Paulo falou: “sede firmes e constantes e sempre abundantes na obra do Senhor, porque não é vão o vosso trabalho no Senhor”.

Quem pode ser abundante na obra do Senhor sem o Espírito Santo?
Necessitamos estar cheios do Espírito Santo, porque é ele que tem poder para realizar a obra do Senhor. O Espírito que tem poder. Por isso que uma pessoa cheia do Espírito Santo é firme, constante e sempre abundante na obra do Senhor e vai ser uma testemunha, anunciar o reino de Deus e servir seus irmãos. Quando estamos cheios do Espírito Santo, temos sensibilidade da necessidade dos nossos irmãos e também da necessidade de Deus quanto à salvação do mundo. Tudo isto vem do Espírito Santo. Quando eles foram cheios do Espírito Santo, repartiram seus bens com os irmãos mais pobres. E não havia nenhum necessitado entre eles, porque estavam cheios do Espírito Santo.

Como ficar cheio do Espírito Santo


Retirado do Livro
O PODER DO ESPÍRITO SANTO
Billy Graham

Freqüentemente pessoas me perguntam: "Como posso ficar cheio do Espírito?" Nós recebemos a ordem de ficar cheios, mas como vamos obedecer? Como a presença e o poder do Espírito Santo podem se tornar reais em nossa vida? Este é o ponto-chave do problema. Tudo que eu disse até aqui sobre ficar cheio do Espírito será somente um artigo interessante, sem relação direta com nossa vida, se não fizermos nós mesmos a experiência: ficar cheio do Espírito.
É interessante que em nenhum lugar a Bíblia nos dá uma fórmula clara e concisa de como ficar cheio do Espírito. Eu creio que isto é assim porque a maioria dos crentes do primeiro século não precisavam que alguém lhes dissesse isto. Eles sabem que a vida normal do cristão é uma vida cheia do Espírito. O fato de nós estarmos tão confusos sobre este assunto hoje em dia é uma prova triste do baixo nível espiritual da nossa vida.
Apesar de a Bíblia não dizer muita coisa sobre este assunto, quando tomamos o Novo Testamento como um todo sobrarão poucas dúvidas em nossa mente sobre o que significa ter uma vida cheia do Espírito, ou como ela pode se tornar real em nós. Eu creio que o ensino do Novo Testamento sobre como ficar cheio do Espírito Santo pode ser resumido em três expressões: compreensão, submissão e andar pela fé.

Compreensão

O primeiro passo para ficar cheio do Espírito é compreensão; há certas coisas que nós precisamos saber e compreender - verdades que Deus revelou em Sua Palavra, a Bíblia. Algumas destas verdades já foram mencionadas, mas vamos recapitulá-las para ter certeza de que as sabemos bem. Quais são elas?
A primeira verdade que precisamos compreender é que Deus nos deu o Seu Espírito Santo, e que Ele mora em nós. Se eu aceitei a Cristo como meu Salvador, o Espírito de Deus habita em mim. Lembre-se - eu não preciso necessariamente sentir Sua presença, mas isto não quer dizer que Ele esteja ausente. Precisamos compreender que Sua presença é um fato. Deus prometeu que o Espírito viveria em todos os que pertencem a Cristo, e Deus não pode mentir. Nós aceitamos este fato pela fé.
Também devemos compreender que Deus ordena que nós fiquemos cheios do Espírito. Isto significa que é Sua vontade que você fique cheio - e recusar-se a ser cheio é agir contra a vontade de Deus. É uma ordem Sua, e por isso é Sua vontade. Talvez assim fique ainda mais claro: Deus quer nos encher com Seu Espírito. Isto é algo maravilhoso para mim. Deus não nos dá uma medida cheia do Espírito resmungando ou de má vontade. Não, Ele quer que nossas vidas sejam controladas e guiadas pelo Espírito Santo. "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem" (Lucas11:13). Se você não está cheio do Espírito, tenha certeza de que não é porque Deus não quer. A culpa é totalmente sua.
Isto nos leva a outro ponto que devemos compreender, que é a presença do pecado em nossa vida. O que é que bloqueia a atuação do Espírito em nossa vida? É o pecado. Antes de podermos ficar cheios do Espírito Santo, temos de resolver honesta e completamente todos os pecados conhecidos em nossa vida. Isto pode ser doloroso, quando nos dispomos a encarar coisas que temas escondido ou nem mesmo reconhecido em nossa vida. Mas sem uma purificação dos pecados não podemos ficar cheios do Espírito, e o primeiro passo para a limpeza é reconhecer a presença do pecado.
A maioria de nós deve, uma vez ou outra, ter feito a experiência de ter canos entupidos em casa, de modo que a água só saía a conta-gotas, ou cessava de todo. Onde eu moro, no norte da Califórnia, raramente fica bem frio, mas eu me lembro de uma vez em que a temperatura desceu abaixo de zero. Apesar de os anos que trazem a água da fonte na montanha estarem bem fundo abaixo da terra, eles congelaram totalmente. Tivemos de cavar a terra dura e esquentar uma junta do cano com um maçarico, para derreter o gelo. O pecado em nossa vida é como este gelo - nossa vida espiritual foi "congelada" por um mundo hostil. Só há uma solução: arrepender-se, para abrir o bloqueio e restaurar a fluência do Espírito.
Todos nós sabemos que o "endurecimento das artérias" (arteriosclerose) é uma das doenças perigosas que matam grande parte das pessoas. As artérias vão ficando entupidas com substâncias que ainda confundem os especialistas. Eles ainda não sabem como desentupir estas artérias, de maneira que o sangue possa fluir livremente de novo. A solução mais comum é "fazer um desvio", mas as opiniões dos médicos divergem sobre este método. Em muitos países são gastas grandes somas todo ano em pesquisa médica, para descobrir uma substância química que desobstrua as artérias e livre da morte milhões de pessoas.
Nossa vida, da mesma forma, precisa da substância que é o sangue de Cristo para desentupir canos ou artérias em nó, para que a seiva vital possa fluir por eles. O pecado é o grande obstáculo, e o sangue de Cristo é o potente agente de limpeza, quando aplicado em arrependimento e fé.
Às vezes novos crentes ficam confundidos ao descobrir que ainda são pecadores e que não só continuam sendo tentados, mas até cedem à tentação. Na verdade isto não deveria nos surpreender, porque a velha natureza de pecado ainda está em nós. Antes de alguém vir a Cristo, só uma força está atuando dentro dele, a velha natureza carnal. Quando aceitamos a Cristo, o Espírito Santo vem morar em nossa vida, e agora há duas naturezas atuando em nós: a natureza pecaminosa que quer que nós vivamos para o "eu", e a nova natureza espiritual que quer que nós vivamos para Deus. A questão é: Qual destas naturezas decidirá nossas ações? É por isto que é tão importante ser cheio do Espírito. Se o Espírito não controlar nossa vida, a velha natureza pecaminosa nos dominará. A atuação do Espírito estará bloqueada enquanto permitirmos ao pecado que fique.
Portanto, temos de acabar com o pecado em nossa vida para saber como é ser cheio do Espírito. Isto não é fácil, por diversas razões. Uma, que pode ser muito penoso encarar o pendo. Geralmente a raiz dos nossos pecados é o orgulho, e nosso orgulho fica profundamente ferido quando admitimos honestamente, diante de Deus e diante dos homens, que não somos tão bons como pensávamos que fôssemos.
Também é difícil acabar com o pecado porque (como veremos adiante) não é suficiente conhecer o pecado, mas temos de nos arrepender dele. Alguns de nós possivelmente estão escondendo pecados, tolerando-os, não querendo deixar deles. Como o jovem rico legalista, em Marcos 10, nós queremos o que Jesus nos oferece, mas queremos ainda mais nos apegar a nosso pecado.
Ainda há outra razão que dificulta a extirpação do pecado do nosso coração, que é muito simples: o pecado nos cega espiritualmente, e ficamos cegos principalmente quanto ao horror do pecado. Não vemos o quanto ele penetrou em cada área do nosso ser, e como infeccionou tudo que dizemos, fazemos e pensamos. É muito fácil confessar os pecados que podemos ver claramente, mas pode haver muitos outros pecados, que não estamos veado, e que nos impedem até mais diretamente de andar com o Senhor.
Esta é a razão de a Bíblia ser tão inflexível neste assunto. Não devemos nos contentar com um exame superficial, achando que só os pecados que mais nos incomodam devem ser confessados. O Espírito Santo nos convencerá de outras áreas de pecado que precisamos confessar a Deus, à medida que estudamos a Palavra de Deus em oração - lembre-se que Ele é o Autor da Bíblia. Temos de confessar não só o que nós acharmos que é pecado, mas também o que o Espírito Santo indica ser pecado, quando de fato ouvirmos Sua voz pela Palavra de Deus. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Tim. 3:16).
A confissão deve abranger todos os pecados. Os Cantares de Salomão nos advertem das "raposinhas, que devastam os vinhedos" (2:15). Isto é um exemplo de como "pecadinhos" porem destruir nosso fruto para o Senhor. Pode haver orgulho, inveja ou amargura em nós. Pode ser fofoca, impaciência, indelicadeza ou um temperamento não controlado - tudo que faça a vida dos que vivem ao nosso redor mais difícil. Talvez você deva trazer pensamentos impuros ao Senhor, para que Ele o limpe deles. Glutonaria ou preguiça devem ser enfrentadas.
Talvez o Espírito Santo esteja nos chamando à atenção pelo uso do nosso tempo, ou do nosso dinheiro, ou sobre o nosso estilo de vida, ou sobre o uso (ou abuso) de algum dom que Ele nos deu. Pode ser que estejamos tratando com frieza e indiferença uma pessoa chegada a nós. Em outras palavras, devemos trazer a Deus qualquer pecado que consigamos identificar, para que seja confessado. O pecado existe sob qualquer forma, e o Espírito deve nos guiar quando examinamos nossa vida em oração.
Recentemente um jovem veio falar comigo, dizendo que tinha perdido o Espírito Santo. Eu lhe respondi que ele não tinha perdido o Espírito Santo, mas talvez O tenha entristecido com algum pecado específico. Ele disse que não Se lembrava de nenhuma coisinha que pudesse estar entre ele e Deus. Eu lhe perguntei: "Como está seu relacionamento com seus pais?" "Bem, não é dos melhores", foi sua resposta. Eu cavei mais fundo e perguntei: "Você honra seu pai?" Ele concordou que tinha pecado nesta área. Eu disse a ele: "Por que você não vai e tem uma conversa franca e direta com ele, confessando seu pecado, caso você esteja errado?" Ele fez isto, e alguns dias depois voltou com um grande sorriso, dizendo: "Relacionamento restabelecido".
Há ainda outra afirmação a ser feita sobre confissão de pecados. Temos de ser honestas quanto aos vários pecados que cometemos, mas o maior de todas é - que não deixamos Cristo governar nossa vida. A pergunta mais básica que um cristão pode fazer é esta: Quem está dirigindo minha vida, eu ou Cristo?
Enquanto tentarmos manter o "eu" no centro das nossas vidas, o pecado será sempre um problema sem solução, e nossa vida será marcada por derrotas e desânimo. É impressionante quantos cristãos não querem se submeter ao senhorio de Cristo, e o Novo Testamento está cheio de afirmações de Cristo exigindo nossa entrega total. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23). Como é fácil para nós fixar nossos próprios objetivos, agir conforme nossos próprios objetivos, agir conforme nossos próprios motivos, satisfazer nassas próprios desejos, sem sequer perguntar a Deus qual é Sua vontade. Ele nos diz que devemos renunciar a nossos planos e hábitos, e seguir a Ele. Ele nos diz que devemos abdicar do governo da nossa vida, e deixá-Lo governar tudo que somos e fazemos. "Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Cor. 5:15). Você reconheceu a maneira completa - e trágica - com que o pecado dominou sua vida, e está disposto a submeter tudo à autoridade e à direção de Cristo?
Temos de compreender também que o Espírito Santo está em nós, e que Deus quer que nossa vida seja controlada por Ele. Antes temos de compreender nosso pecado em toda sua dimensão. E o que mais precisamos é responder à pergunta crucial: Quem está controlando nossa vida - nós ou Cristo? Só quando compreendermos tudo isto poderemos passar para o segundo passo.

Submissão

O segundo passo para ser cheio do Espírito Santo é o que nós podemos chamar de submissão. O que eu quero dizer com isto? Com submissão eu me refiro à renúncia aos nossos métodos, procurando acima de tudo submeter-nos a Cristo como Senhor, ser governados por Ele em todas as áreas da nossa vida.
Vemos a importância disto no que foi dito antes sobre a maneira com que o pecado bloqueia o controle do Espírito Santo. A essência do pecado é a vontade própria - egocentrismo, ao invés de Cristocentrismo. Para sermos cheios do Espírito, controlados e dominados por Ele, temos de colocar a Cristo no centro da nossa vida, e tirar de lá o "eu", ou seja, submeter-nos a Ele - permitir que Ele Se torne Senhor em nossa vida.
Como concretizar isto? Há duas etapas para conseguir isto, a meu ver.
Em primeiro lugar, arrepender-se e confessar. Acabamos de constatar que uma das coisas que temos de compreender é a profundeza do nosso pecado. Mas só compreender não é suficiente. Temos de confessar o pecado a Deus, e nos arrepender dele. Muitas pessoas sabem que são pecadoras, podem até fazer uma lista dos pecados que são um problema para elas. Às vezes ficam tristes com a situação e gostariam que as coisas fossem diferentes, mas nunca mudam. Por quê? Porque nunca confessaram os pecados a Deus, arrependendo-se deles.
Há uma diferença entre confessar e se arrepender, embora a Bíblia veja as duas coisas muito próximas uma da outra, como dois lados de uma moeda. Confessar é reconhecer o pecado. É admitir diante de Deus que eu sei que sou pendor, porque há certos pecados que eu sei que cometi. O maravilhoso da questão é que Deus prometeu nos perdoar quando formos a Ele em humilde confissão. Uma das grandes promessas da Bíblia está em 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça".
Arrepender quer dizer renunciar ao pecado. No grego (a língua em que o original do Novo Testamento foi escrito) a palavra "arrepender-se" implica em uma mudança completa e radical de atitude. É mais do que ficar sentido com o que fez, mais que confessar: arrepender-me dos meus pecados é voltar as costas a eles e olhar para Cristo e Sua vontade.
Se eu estou culpado de pensamentos maus, eu renuncio a eles quando me arrependo deles, e decido, pela graça de Deus, encher minha mente com coisas que O honrem. Se eu maltratei alguém ou o tratei de maneira pouco amorosa, eu decido fazer tudo o que for necessário para substituir minha indelicadeza por atitudes amáveis. Se meu estilo de vida não está agradando o Deus, eu vou mudá-lo para encaixá-lo mais na vontade de Deus. Arrependimento é conscientemente voltar as costas para os pecados. "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te" (Apoc. 2:5).
Depois de confessar cada pecado conhecido e se arrepender dele, a segunda etapa da submissão é sujeitar-se a Deus e à Sua vontade. A confissão e o arrependimento podem ser chamados de o lado negativo da submissão; implicam em livrar-se de tudo que impede que Deus controle a nossa vida. Sujeitar-se a Deus podemos chamar de o lado positivo: envolve colocarmo-nos total e completamente (da melhor maneira que podemos) nas mãos de Deus, em completa submissão à Sua vontade para nossa vida.
No capítulo 6 de Romanos esta etapa de sujeição é apresentada com clareza. Paulo fala primeiro de como o pecado nos governou no passado. Mas agora nós pertencemos a Cristo - não vivemos mais para nosso antigo dono, o pecado - vivemos agora para Cristo, nosso novo Dono. Por isso não devemos ceder ao pecado, mas nos sujeitar a Deus. "Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros como instrumentos de justiça" (Rom. 6:13). Paulo continua, dizendo-nos que nós fomos libertados da escravidão ao pecado - não pertencemos mais ao pecado. Mudamos de dono. No primeiro século um escravo podia sem comprado a qualquer momento e assim ser propriedade de outro; da mesma maneira nós fomos comprados pelo sangue de Cristo, e agora pertencemos a Deus. "Uma vez libertados do pendo, fostes feitos servos da justiça" (Rom. 6:18).
As palavras traduzidas por "oferecei-vos a Deus" têm um significado muito bonito na língua grega original. Outras versões as traduziram de diversas maneiras: "Ponham-se nas mãos de Deus" (Phillips); "Entreguem-se a Deus" (BLH); "Apresentai-vos a Deus" (IBB). O significado mais exato da palavra "oferecer-se" é "colocar-se à disposição de alguém". Em outras palavras, quando nós nos entregamos a Cristo não simplesmente nos sentamos e esperamos que Deus faça alguma coisa através de nós. Não, nós nos colocamos à Sua disposição - dizemos, com efeito: "Senhor, eu sou Teu, para ser usado da maneira que Tu quiseres. Estou à Tua disposição, Tu podes fazer comigo o que Te aprouver. Eu quero a Tua vontade para minha vida, não a minha vontade." "Ponham-se à disposição de Deus!" (Rom. 6:13 em outra versão).
O mesmo termo é usado em Romanos 12:1: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus." Isto inclui todas as áreas do nosso ser. Nossas capacidades, nossos dons, nossos bens, nossa família - mente, vontade, emoções. Nada está excluída, não podemos reter nada. Por princípio Ele deve dominar sobre nós no todo e em parte. Este versículo nos recorda os sacrifícios do Antigo Testamento, aqueles que o israelita apresentava totalmente a Deus. Ele não podia ficar com nenhuma parte, tudo era consumido no altar. Nossa submissão deve ser exatamente assim - sujeição, entrega total. É uma rendição incondicional.
Eu estou reconhecendo cada vez mais que esta sujeição é uma ação nossa definida e consciente, em obediência à Palavra de Deus. Na verdade isto deveria acontecer na hora da nossa conversão, quando nos arrependemos e recebemos a Cristo não somente como Salvador, mas como Senhor. Mas para muitas pessoas a sujeição só vem num momento de crise, depois da conversão.
No começo talvez não compreendamos inteiramente o que significa seguir a Cristo como Senhor. Mas mais tarde começamos a ver que o chamado de Jesus Cristo não é simplesmente para crer nEle, mas para segui-Lo sem reservas, como Seus discípulos. Quando estamos confusos quanto ao senhorio de Cristo, devemos partir imediatamente à ação. Nossa intenção deve ser de submissão completa e definitiva, em princípio, mesmo se o Espírito Santo, nos meses seguintes, nos mostrar outras áreas em nossa vida que devem ser entregues. Na verdade esta é uma das provas de que nos submetemos - colocando-nos à disposição de Deus, Ele nos dirige a novas áreas que devem Ser entregues.
O Espírito Santo vai nos testar muitas vezes, para ver se estamos mesmo falando sério. Ele pode até nos pedir que entreguemos algo em princípio, que realmente Ele não quer que entreguemos, mas que estejamos dispostos a entregar. Nós devemos Lhe dar liberdade para fazer o que quiser em e através de nossa vida.
Algumas ilustrações nos ajudarão a compreender melhor esta questão de entrega à vontade de Deus. Em Romanos 6 (como vimos acima), Paulo usa a ilustração de um escravo que agora pertence a um novo dono. O prof. William Barclay nos traz á mente o significado real da analogia de Paulo:
"Quando nós ouvimos a palavra servo, ou empregado, logo imaginamos um homem que dá uma parte do seu tempo a um empregador, contra uma remuneração combinada. Durante este tempo ele está à disposição e sob as ordens do seu empregador. Passado o tempo, ele pode fazer o que quiser. No tempo de Paulo, um "servo" tinha um status bem diferente. Ele não tinha, literalmente, nenhum tempo para si. Ele não era livre por nenhum momento. Cada minuto de sua vida pertencia ao seu dono. Ele era propriedade exclusiva de seu dono, não tinha nenhuma oportunidade em toda sua vida para fazer o que quisesse, No tempo de Paulo um escravo nunca poderia fazer o que quisesse; era-lhe impossível servir a dois senhores, porque era propriedade exclusiva de um só. Este é o quadro que Paulo tem em meme."1
O paralelo entre o escravo do tempo de Paulo e o cristão não é bem exato, como o próprio Paulo diz, porque em um sentido o cristão é a pessoa mais livre do mundo, desde que conheça a liberdade espiritual que Cristo traz. Por outro lado, você e eu somos convocados para pertencer a Deus e a Seu povo. Somos chamados para estar à Sua disposição, prontos e dispostos para fazer Sua vontade. Paulo disse a Tito que Cristo "deu a si mesmo por nós, para nos livrar de toda maldade e fazer de nós um povo puro, que pertence somente a ele, e que Se dedica a fazer o bem" (Tito 2:14, BLH).
Uma outra ilustração talvez nos ajude a compreender completamente o que estou querendo dizer. O princípio da entrega a Cristo é como o compromisso que noivo e noiva assumem quando se unem no casamento. É criada uma situação nova, que se torna realidade duradoura. Em princípio é uma ação completa e definitiva, a partir do momento em que repetiram os votos e consumaram o casamento. Estão casados, de fato e em princípio, mas - e isto é crucial - na prática marido e esposa descobrem que têm de entregar constantemente suas vidas um ao outro, além do compromisso inicial que assumiram ao casar.
Duas pessoas não deixam de estar casadas só porque suas vidas não são perfeitas e aparecem problemas no dia-a-dia. Ambos vão ficando mais maduros, aprendendo sempre mais o que significa amar e ajustar-se um ao outro, em conseqüência deste amor. De maneira semelhante, em nossa peregrinação terrestre descobrimos pecados que minam o nosso relacionamento com Deus, mas existe um compromisso de alcançar um padrão mais elevado, baseado em uma entrega a Deus de todo o coração.
Você já submeteu Sua vida a Deus? Já confessou alguma vez seu pecado a Ele, arrependendo-se dele da melhor maneira que você sabe? Você está ciente de pecados específicos que são obstáculo para uma entrega completa? Será que em Sua vida há outros pecados que você ainda nem admitiu que o sejam? E, mais importante que tudo, você já disse uma vez a Deus - da maneira mais simples e completa que você sabe - que você deseja Sua vontade para sua vida, qualquer que seja?
Existem pessoas que sugerem que nós devemos orar a Deus para que Ele nos encha com Seu Santo Espírito. Isto pode ser válido, mas eu vejo pouco ou nada disto no Novo Testamento. Eu acho que, ao invés disto, nós devemos orar que Deus tome total e completamente conta da nossa vida. Devemos orar que o "eu" seja tirado do nosso coração - amor próprio, vontade própria, auto-ambição - e que nós estejamos completamente à Sua disposição.
Se você nunca deu este passo de submissão a Deus e à Sua vontade, eu acho indispensável que você se ponha de joelhos antes de passar para a próxima página, e entregue sem reservas sua vida a seu Senhor e Dono. "Sê, pois, zeloso (abandona a tua indiferença, NTV), e arrepende-te." Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo" (Apoc. 3:19, 20).



Chegamos agora à última etapa do ficar cheio do Espírito Santo, que eu gosto de chamar "andar pela fé". Primeiro temos de compreender certas coisas, depois temos de nos submeter e entregar a Deus - e então temos de aprender o segredo de andar pela fé.
O ponto central é este: quando estamos entregues a Deus e à Sua vontade, nós estamos cheias do Espírito Santo. O Espírito Santo nos controla e domina. Agora, a partir desta verdade, temos de agir, e andar ou viver na certeza plena de que Deus já nos encheu e que estarmos sob Seu controle.
O apóstolo Paulo põe isto nestes termos: "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rom. 6:11). O termo grego traduzido por "considerar" era às vezes usado no comércio e na matemática. Depois de uma transação comercial, por exemplo, a soma em dinheiro era registrada nos livros contábeis. Este ato era evidência de que o negócio estava concluído e que o pagamento havia sido feito. Quando nós nos entregamos a Cristo e O seguimos como Senhor de nossa vida, nós sabemos que alguma coisa aconteceu. O Espírito Santo tomou conta de nós para nos guiar e dar poder. Vivemos agora pela fé, considerando-nos mortos para o pecado e vivos para Deus. Nós estamos cheios do Espírito Santo; agora devemos viver à luz desta verdade. Não é fazer de conta; é agir com base na promessa de Deus.
O Dr. John Stott explica isto assim: "Considerar não é fazer crer. Não é forçar nossa fé a crer em algo que nós não cremos. Não devemos fazer de conta que nossa velha natureza está morta, quando sabemos perfeitamente que ela não está. ... Nós só devemos "considerá-la" assim - não fazer de conta, mas compreender isto, porque é um fato. Temos de nos agarrar a isto. Temos de pensar e meditar nisto até que esta realidade se fixe em nossa mente."
Dr. Stott continua: "Uma mulher casada pode viver como se ainda fosse menina? Bem, pode ser que sim. Não é impossível. Mas deixe-a sentir aquele anel no quarto dedo de sua mão esquerda, o símbolo da sua vida nova, o símbolo da sua identificação com seu marido, deixe-a lembrar o que ela é, e viver de acordo... Da mesma forma a nossa mente deve compreender o fato e o significado da nossa morte e ressurreição com Cristo, e que uma volta à vida antiga é impensável. Um cristão renascido deve ter tanta vontade de voltar à vida amiga quanto uma pessoa adulta tem de voltar à infância, um homem casado à vida de solteiro ou um prisioneiro libertado à sua cela na prisão."2
Se você preencheu os requisitos bíblicos para ficar cheio do Espírito - especialmente arrependimento e confissão, de que nós falamos - então você pode dizer para si mesmo: "Pela fé eu sei que eu estou cheio do Espírito Santo." Eu nunca vi alguém que eu considerava cheio do Espírito Santo fazer alarde disto, tentando chamar a atenção para si. As outras pessoas logo notarão se nós estamos cheios do Espírito, porque quem está cheio do Espírito produz o fruto do Espírito. Nós talvez nem nos demos conta disto. Alguns dos maiores homens de Deus confidenciaram que quanta mais perto de Cristo estavam, mais pecadores se sentiam.
Roy Gustafson, meu amigo e sócio, disse uma vez: "O Espírito Santo não veio para nos fazer conscientes do Espírito Santo, mas conscientes de Cristo." Assim, quando dizemos a nós mesmos que estarmos cheios do Espírito, isto significa que coda pecado e obstáculo conhecido está fora do caminho; depois podemos dizer, pela fé, que estarmos cheios.
A esta altura há diversas coisas que devemos relembrar, a meu ver.
Em primeiro lugar temos de nos lembrar que a plenitude do Espírito não é questão de sentimento, mas de fé. Podemos ou não sentir fortemente a presença de Deus quando estamos cheios do Espírito. Não devemos confiar em nossos sentidos, mas nas promessas de Deus. Temos de nos considerar cheios do Seu Espírito.
James McConkey põe isto nestes termos: "Nada é mais doloroso do que inspecionar constantemente nosso interior para verificar se Deus está cumprindo Sua promessa, ou se nós a estamos experimentando. É como aquela criança que todo dia cava no canteiro para ver se a semente já está brotando. A questão de experimentar a plenitude do Espírito compete a Deus."3
Temos de nos lembrar também que a plenitude do Espírito não garante que sejamos perfeitos e sem pecado. Significa que estarmos sendo controlados pelo Espírito, mas o pecado continua sendo real, espiando atrás da esquina para dar o bote na primeira oportunidade. Podemos ser irrepreensíveis em nosso desejo de servir a Cristo, mas isto não faz com que não erremos.
Um pregador escocês, tempos atrás, explicou isto assim: "Aqui ao meu lado, sobre a mesa, está uma carta que ilustrara o que quero dizer. Eu a recebi quando estava em viagem missionária à Nova Zelândia, em 1891, da minha filha mais velha, que então tinha cinco anos de idade. Diz assim: 'Querido pai, eu mesma escrevi tudo isto. Elsinha manda um beijo'. Na verdade isto não é escrever, mas uma tentativa, com grandes letras de imprensa, todas desproporcionais; em toda a página não há uma linha reta. ... Bem, esta carta que eu gosto tanto não é algo "sem defeito"; tem tantos defeitos como tem letras. Mas ela é, sem dúvida, 'irrepreensível'. Eu não repreendi minha filha por seus riscos tortos, nem ralhei com ela, porque julguei seu trabalho pelos motivos. Sabia que ela tinha feito o melhor que podia, com todo o amor de seu pequeno coração. Queria fazer algo que me agradasse, e conseguiu. Pela graça do Cristo que esta em nós ... assim é que nossa vida diária com seus afazeres deve ser: irrepreensivel."4
Isto nos leva á última verdade sobre a plenitude do Espirito: ficar cheio do Espírito não deve ser um acontecimento único, uma vez, mas um fato real e contínuo, cada dia da nossa vida. É um processo. Temos de nos entregar a Ele todo dia, diariamente temos de decidir ficar submissos. Em cada situação de conflito entre o "eu" e a vontade de Deus temos de tomar nossas decisões com base na nossa submissão contínua a Cristo.
Como já disse, o verbo grego que Paulo usa em seu mandamento de Efésios 5:18 - "enchei-vos do Espírito" - traz em si a idéia de que devemos continuar nos enchendo do Espírito. Já somos o templo de Deus, o Espírito Santo já habita em nós, mas Ele quer nos encher dEle. Isto só é possível naqueles que se esvaziam do "eu" e se entregam a Ele. Esta é a razão de a entrega ter de ser diária, tanto das coisas pequenas como das mais importantes. Quando pecamos, temos de nos arrepender para que Ele possa nos encher novamente. Quando estivermos expostos ocasionalmente a uma pressão incomum, temos de orar pedindo sua ajuda adicional.
Concluindo, as quatro etapas abordadas até aqui não são só o começo, mas são um processo. Cada dia devemos nos empenhar para compreender mais da Palavra de Deus. Devemos orar a Deus que nos ajude a reconhecer nosso pecado. Devermos confessar e nos arrepender todo dia. Submeter nossa vontade à Sua todo dia. Andar pela fé de uma maneira que Ele esteja nos enchendo continuamente, à medida que nos submetemos a Ele. E devemos passar cada dia na obediência à Sua Palavra.
Eu pessoalmente acho que ajuda muito começar cada dia entregando-o silenciosamente nas mãos de Deus. Eu Lhe agradeço que sou Seu, e por Ele saber o que o dia trará para mim. Eu Lhe peço que tome minha vida neste dia nas Suas mãos e a use para Sua glória. Peço-Lhe que me limpe de qualquer coisa que impeça a Sua atuação em mim neste dia. E depois inicio as atividades do dia pela fé, sabendo que Seu Santo Espírito me está enchendo continuamente, enquanto eu confiar nEle e obedecer à Sua Palavra. Durante o dia às vezes eu não estou consciente da Sua presença; outras vezes estou. Mas no fim do dia eu posso olhar para trás e Lhe agradecer, porque vejo Sua mão atuando. Ele prometera estar comigo neste dá - e esteve!
Você pode experimentar a mesma coisa, submetendo-se diariamente ao senhorio de Jesus Cristo. Entreguem cada dia a Ele! E que você possa no fim de cada dia olhar para trás e reconhecer que Seu Santo Espírito tem sido seu guia e Sua força, estando você sujeito a Ele.


*Sou feliz porque tenho Jesus!!!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Despertamento do Espírito


Despertamento, avivamento e reavivamento são palavras típicas na vida de uma igreja que deseja crescer, tanto em qualidade quanto em quantidade. Entretanto, nos parecem palavras desgastadas no vocabulário evangélico, especialmente, entre os pentecostais. Independente de serem movimentos “carismáticos” ou “tradicionais”, as igrejas desejam que o Espírito Santo atue nos parâmetros da Palavra de Deus. A tipologia bíblica é rica em nos oferecer figuras representativas da ação do Espírito Santo, especialmente, as figuras do Antigo Testamento, as quais servem de sombra para a realidade espiritual dos tempos modernos da vida igreja de Jesus Cristo . Entre os tipos interessantes do Antigo Testamento destaca-se a visão profética revelada ao profeta Zacarias no capitulo 4 nos primeiros quatorze versículos. Zacarias foi contemporâneo de Ageu, os quais proclamaram os propósitos de Deus como Senhor Todo-Poderoso sobre todas as coisas, e especialmente, sobre o seu povo. Zacarias declarou profeticamente que um dia o Senhor tomaria com firmeza a direção do governo do mundo e que seu povo O representaria. Entretanto, para que esta profecia se cumprisse literalmente, o povo deveria arrepender-se dos seus pecados e buscar a Deus ( 1.1-6). Levantaria do meio do povo homens ungidos para produzirem no coração do povo um novo sentimento de fé e compromisso com os propósitos divinos. O despertamento da vida espiritual do povo era representado pela renovação do azeite ( a unção) no candelabro ( castiçal) que simbolizava a vida religiosa. Deparamos-nos com dois principais líderes do povo que estavam desmotivados. Josué, o sacerdote estava vestido com vestidos sujos e Zorobabel, o líder político do povo não tinha ânimo para reconstruir o templo. Esse fato estava acontecendo logo após a volta da Babilônia e ninguém tinha ânimo para fazer qualquer coisa que pudesse reconstruir a cidade, o templo e a vida religiosa de Israel. Deus, então, entra em ação e usa o seu profeta para mudar o estado das coisas negativas. Era uma letargia total que envolvia todo o povo. Porém, Deus resolveu intervir na situação e faz promessas de restauração Neste artigo não nos deteremos nos aspectos exegéticos que o texto requer, mas faremos dos mesmos uma tipologia com a realidade da igreja em nossos tempos modernos. É uma visão tipológica que se constitui num antítipo especial em relação à igreja, pois aquele candelabro simboliza, também, a igreja de Cristo ( Ap 1.10-13,20). O azeite do candelabro da visão de Zacarias precisava ser renovado e simbolizava a renovação do ESPÍRITO Santo na vida religiosa de Israel. Deus prometeu um novo azeite ( unção) na vida de Israel para uma nova e límpida luz na sua vida espiritual. O texto da profecia fala de um castiçal de ouro, fala de azeite dourado e fala de vasos para o azeite especial. Tudo isto, na verdade, tipifica a unção do Espírito na vida da igreja de Cristo na terra, nestes tempos de escassez espiritual. O grande destaque da visão é a provisão abundante do azeite operada pelo Espírito Santo. Essa provisão contínua para o candelabro ( castiçal) significa renovação, iluminação, energia, poder e autoridade espirituais. A maneira como Deus provê a sua igreja em nossos dias representa o “modus operandi” do seu Espírito na vida da igreja. À semelhança de Israel, hoje, o castiçal de Deus é a igreja e, para que a igreja tenha o brilho, a energia, o poder e a autoridade espiritual afim de cumprir o seu papel no mundo, ela precisa estar disposta a aceitar a ação livre do Espírito Santo. A igreja precisa, de fato, do azeite novo do Espírito. A DIFERENÇA ENTRE O NOVO E O VELHO AZEITE Tem havido controvérsias e discussões teológicas acerca da expressão “nova unção”, principalmente, porque alguns grupos carismáticos adotaram a expressão com conceituações defeituosas em relação a esta doutrina. O rompimento de alguns hábitos da liturgia tradicional dificulta a compreensão da nova unção, a qual, de nova só tem o nome, mas é tão antiga quanto sempre foi, porque a fonte é a mesma e nunca envelhece. O que envelhece não é a unção ativa e dinâmica do Espírito, mas é a falta do derramamento dela na vida da igreja e dos crentes em particular. Há os que declaram que não existe uma nova unção, e sim a velha unção que precisa ser preservada. O que existe é uma forma errada de compreensão do assunto, principalmente, por aqueles que querem bitolar e cercear a liberdade do Espírito para a sua livre operação. A preocupação com o “novo” tem sido um bloqueio espiritual da mente de alguns lideres para a ação dinâmica do Espírito Santo na vida do povo de Deus. Precisamos entender que aquilo que é novo da parte de Deus não fere a sua Palavra. Pelo contrário, o nosso Deus é Deus de coisas novas. Ele não precisa ser renovado, mas nda mesma fonte. O que é inaceitável quanto ao que é novo é a manipulação humana com as operações do Espírito Santo. As invencionices e manifestações emocionais provocadas por pregadores os quais sem escrúpulo algum atribuem ao Espírito Santo coisas estranhas. Porém, uma nova unção em nada difere da idéia de renovação, porque qualquer coisa nova cuja fonte não venha da Bíblia deve ser rejeitada e condenada como desvio doutrinário. Porém, o fato de ser diferente daquilo que estamos acostumados a ver, não se constitui heresia, mas devemos analisar a experiência nos parâmetros da Palavra de Deus. Através da historia do povo de Deus na Bíblia sempre houve grandes despertamentos espirituais. Quando se perde o poder do Espírito; quando se perde a capacidade de reagir contra o pecado; quando se perde a autoridade espiritual sobre os demônios; quando se perde a unção que potencializa nossas atividades na obra de Deus e, quando se perde a unção que energisa nosso testemunho diante do mundo, então, inevitavelmente, precisamos dessa nova unção! A falta de unção para fazer a obra de Deus faz com que igrejas e cristãos a façam confiados apenas em habilidades humanas. O risco que corremos hoje é o de sermos ministerialmente bem treinados e intelectualmente bem preparados, mas nos faltar poder espiritual para fazermos a obra de Deus. Esse poder é a unção que precisamos e ela será nova à medida que fazemos a obra de Deus. Não renegamos, nem abolimos a preparação humana para realizar a obra de Deus, mas para realizá-la com eficácia, precisamos dessa unção que dinamiza e possibilita a realização de sinais e prodígios ( Mr 16.15-20; Lc 24.49; At 1.8). REMEMORANDO A HISTORIA - Zc 1.1-3 Rememorar a historia significa trazê-la à realidade atual. Neste texto bíblico, rememorar a historia significa levantar o diagnostico das causas da necessidade espiritual do povo de Deus. É como ir ao médico para que ele faça um diagnostico do estado de saúde do paciente, mediante alguma dor ou dificuldade que esteja sentindo. Ao diagnosticar as causas do mal, o médico procurará prevenir as causas com algum medicamento, ou seja, a causa da dor. A visão do capitulo 4 de Zacarias e a sua tipologia especial indica esse diagnostico que o Senhor, Médico do seu povo, faz e diz o que fará para a cura. No ano 519 a.C. aproximadamente, o povo havia voltado do seu exílio da Babilônia. Ao voltar para a sua terra se defrontou com enormes dificuldades. Havia oposição dos povos visinhos. Não havia recursos materiais para a restauração econômica. Os líderes do povo, tanto no campo político quanto no religioso eram incompetentes para resolverem os problemas que afloravam de ordem moral, material e espiritual. Seus dois principais líderes, Zorobabel e Josué estavam desmotivados e sem forças para agir. O desejo de reconstruir o templo destruído era enorme, mas não havia motivação alguma. O nível espiritual do povo havia descido a níveis baixíssimos. Não havia esperança no coração do povo e o pessimismo havia tomado conta dos corações e mentes. Foi em meio a estado caótico da vida de Israel que Deus entrou em ação! A visão veio em meio a esse turbilhão de problemas. Quando os recursos próprios são poucos e pequenos, Deus entra em ação! Foi nesse estado de coisas que Deus enviou o seu anjo para falar com o profeta Zacarias e torná-lo o canal da sua voz aos líderes e a todo o povo de Israel, pois o Senhor de Israel, o nosso Deus Todo-Poderoso é aquele que se apresenta na vida do seu povo como Jeová-Jireh, “aquele que provê todas as coisas”. A VISÃO DO CASTIÇAL DE OURO O texto diz: “E me disse: Que vês? E eu disse: Olho e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo e sete canudos para as sete lâmpadas” ( Zc 4.2). Ora, entre os materiais da liturgia hebréia , o castiçal era uma peça única de ouro que fazia parte dos serviços sacerdotais. Esse castiçal tinha ao todo sete lâmpadas as quais serviam para iluminar o ambiente fechado e escuro do Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, espaços que simbolizavam a vida espiritual de Israel, onde os sacerdotes ministravam. Por ser o símbolo de maior relevância da vida religiosa de Israel , Deus resolveu mostrar o estado espiritual do seu povo mediante um castiçal apagado, sem nenhuma luz e esquecido. Típico da ação divina, Deus toma os dois principais lideres do povo, Zorobabel e Josué, e mesmo estando tão fragilizados, eles seriam renovados e despertados em seus ânimos. A figura do castiçal sujo, esquecido e apagado, com seu pavio velho e endurecido sem a menor condição de produzir alguma luz, o Senhor estava pronto para renovar esse pavio, limpar o castiçal e prover um novo azeite para que Israel voltasse brilhar a luz de Deus perante o mundo. A lição simples que aprendemos é que , às vezes, o pavio da nossa vida espiritual torna-se incapaz de canalisar qualquer luz. O pavio é um ingrediente, um elemento material que fica entre o fogo e o azeite. A função do pavio é o de veicular o óleo para a centelha de fogo. Se o mesmo estiver seco e duro não absorverá o óleo e poderá apenas queimar e chamuscar o castiçal. O que Deus queria mostrar a Zacarias era que Josué e Zorobabel podiam ser fracos e incapazes de reagir como um pavio de lamparina, mas o Senhor poderia renová-los e enbebê-los com um novo óleo e inflamá-los para se tornarem uma grande luz. Na óptica de Deus, a igreja é um castiçal que foi feito pelo Senhor para produzir uma grande luz para o mundo que precisa ser provido com um novo óleo dourado, limpo e forte. Creio que o azeite velho e endurecido das experiências passadas precisa ser renovado. É lamentável quando percebemos no atual momento a igreja buscando luzes estranhas com combustíveis não produzidos pelo Espírito Santo. Muito do óleo velho que está aí nada tem a ver com o óleo sempre novo que vem da fonte inesgotável do Espírito Santo. Esse óleo velho é aquele azeite endurecido e petrificado daqueles que vivem das experiências passadas. O MODUS OPERANDI DA UNÇÃO DO ESPIRITO O texto de Zc 4.2,3,11,12 nos apresenta sete ingredientes especiais do “modus operandi” de Deus na restauração do seu povo. Esses ingredientes são: (1) castiçal de ouro (v.2); (2) um vaso de azeite (v.2); (3) sete lâmpadas (v.2); (4) sete canudos ( canais) para as sete lâmpadas (v.2); (5) duas oliveiras (vv.3,11); (6) o óleo dourado (v.12); (7) dois tubos de ouro (v.12). Deus toma esses sete ingredientes ligados ao castiçal para ilustrar e ensinar procedimentos quanto à unção espiritual . A visão era nítida na mente do profeta. Cada material ( ingrediente) tinha o seu significado tipológico. Cada objeto tinha o seu sentido espiritual. Na contextualização dessa visão encontramos outra visão dada a um profeta do Novo Testamento que era João, aquele que era discípulo do Mestre. Ele viu na visão de Patmos sete igrejas da Ásia e cada qual era representada por um castiçal. No “modus operandi” do Espírito Santo na igreja, Deus utiliza todos os meios possíveis para tornar a igreja capaz de iluminar o mundo com a sua luz. Luz e poder são elementos produzidos pelo castiçal. Assim como na visão de Zacarias ele viu “vasos de azeite” suprindo o castiçal , assim também o Espírito provê e supre a igreja com unção. Na visão de Zacarias, Josué e Zorobabel, lideres do povo foram dinamizados e se tornaram vasos de azeite para a vida espiritual de Israel, também, na igreja atual , Deus tem tomado vasos especiais, por cujos ministérios a igreja de Cristo tem sido suprida e provida de unção espiritual. Como esquecer de “vasos especiais” como foram Gunnar Vingren, Daniel Berg, Nels Nelson, Climaco Bueno Asa, Alcebíades Pereira Vasconcelos, Estevão Ângelo de Souza, Osmar Cabral, Bernadino da Silva, Paulo Macalão, John Peter Kolenda, Orlando Boyer e tantos outros que já passaram. Que dizer de outros vasos de azeite que Deus tem levantado em nossos dias que estão vivos e temos o seu testemunho? Sem detalhar a importância de cada ingrediente dessa visão e o que eles representam no avivamento da igreja hoje, mas entendendo que o azeite dourado que estava no cimo do castiçal não dependia de qualquer esforço humano ou manipulação de homens, como se vê em nossos dias. Avivamentos pré-fabricados, enlatados das neo-teologias despidas de qualquer compromisso com os princípios bíblicos. É lamentável o surgimento de pessoas que querem mostrar uma falsa luz produzido, também, por um falso azeite. São os produtores de milagres e “unções” manipuladas como se o Espírito dependesse deles para operar na vida da igreja. As sete lâmpadas e os múltiplos tubos de recepção do azeite dourado indicam a plenitude e a multiplicidade das operações do Espírito Santo. O suprimento continuo do azeite das duas oliveiras não faltaria, pois o que Deus estava dizendo ao profeta era que a obra a ser feita não sofreria “solução de continuidade” . A igreja deve ser um instrumento de multiplicidade e diversidade de operações do ESPÍRITO Santo ( 1 Co 12.4-7). Assim como as “duas oliveiras” supriam o castiçal com azeite pelo ministério de Zorobabel e Josué , assim, também, Deus planta oliveiras no seio da igreja local, para , através de seus ministérios suprirem a igreja. Esse suprimento ministerial tem que ter o seu respaldo na Palavra. Não se pode inventar ministérios em detrimento daqueles que já existem como ministérios para a vida da igreja. Na visão do castiçal o profeta viu que, das duas oliveiras o azeite produzido era canalizado através de “dois tubos de ouro” e esse “azeite “ era “azeite dourado”. Esse azeite dourado indica a fonte do mesmo, a sua procedência, que não vem de fontes comuns. Não é produzido pelo homem. É um azeite especial, isto é, uma unção especial sobre aqueles que se colocam como canais ( “tubos de ouro”) para suprirem a igreja do Deus Vivo com poder e autoridade. Precisamos da unção que limpe e lubrifique os canais entupidos pelas preocupações , pelo desmazelo das coisas espirituais. Queremos uma unção capaz de desbloquear esses canais entupidos, de propiciar energia suficiente para a vida cristã atuante, de nos tornar aptos para a realização de sinais e prodígios em nome do Senhor!

El Anticristo


(Archi-impostor de los Últimos Tiempos)

Los cristianos tienen la esperanza vivificadora y purificadora en sus corazones acerca del Rapto de la iglesia. El Apóstol Pablo escribió sobre este evento. “Porque el Señor mismo con voz de mando, con voz de arcángel, y con trompeta de Dios, descenderá del cielo; y los muertos en Cristo resucitarán primero. Luego nosotros los que vivimos, los que hayamos quedado, seremos arrebatados juntamente con ellos en las nubes para recibir al Señor en el aire, y así estaremos siempre con el Señor.” (1 Tesalonicenses 4:16-17) Este Rapto de la Iglesia podría ocurrir en cualquier momento.

El Apóstol no quería que los hermanos confundieran el Rapto de la Iglesia con la Revelación de Jesucristo cuando Él venga a establecer Su reino. La Palabra de Dios nos dice que ciertos eventos se revelarán antes de que Cristo establezca Su reino en la tierra. “Nadie os engañe en ninguna manera; porque [el día de Cristo] no vendrá sin que antes venga la apostasía, y se manifieste el hombre de pecado, el hijo de la perdición” (2 Tesa lonicenses 2:3). Aquí la Biblia cuenta sobre la señal de la venida del Anticristo - apostasía. Al mirar el cristianismo hoy día, observamos en muchos círculos religiosos el abandonamiento de la fe, gente rechazando a Dios y la santidad, frecuentemente “tendrán apariencia de piedad, pero negarán la eficacia de ella; a éstos evita” (2 Timoteo 3:5).

La caída incluye a muchos que niegan el nacimiento virginal de Jesucristo y niegan que Él es el divino Hijo de Dios. Algunos supuestos cristianos se han entibiado, uniendo manos con el mundo. Sin embargo, la Palabra de Dios dice: “No améis al mundo, ni las cosas que están en el mundo. Si alguno ama al mundo, el amor del Padre no está en él” (1 Juan 2:15). Este “misterio de la iniquidad” (2 Tesalonicenses 2:7) ya se encontraba trabajando en los días de los apóstoles, pero había, y hay, un poder de obstaculización. El Espíritu Santo en Su oficio presente como el reprobador del mundo y reunidor de la Iglesia. Cuando este Limitador sea sacado del mundo durante el Rapto de la Iglesia, entonces el Anticristo será revelado.

El nombre Anticristo identifica a uno de los personajes más presagiosos en la Palabra de Dios. El Anticristo está opuesto a Dios y a Jesucristo. Un sólo individuo, es llamado “el hombre de pecado”, “el hijo de la perdición” , “aquel inicuo ... cuyo advenimiento es por obra de Satanás” (2 Tesalonicenses 2:3,8,9). Esta persona, el Anticristo, también es llamado la “bestia,” porque, desde el punto de vista de Dios, eso es exactamente lo que es. En Apocalipsis 13:2 se dice que tendrá semejanza con el leopardo, el oso y el león, animales que son fuertes, intrépidos, y rápidos en agarrar su presa. El Anticristo será muy fuerte y poderoso, tendrá mucha seguridad y orgullo en si mismo, y su conquista será rápida.

La Biblia nos dice que el dragón le dará a la bestia su poder, su asiento y su gran autoridad. El dragón es aquella serpiente llamada “diablo y Satanás” (Apocalipsis 12:9). El diablo tentó a Jesús ofreciendole el reino de este mundo, pero Jesús lo rechazó (Mateo 4:8-10). El Anticristo, sin embargo, deseosamente toma este reino ofrecido. La bestia será herida hasta la muerte, tal como esté, pero la herida mortal será sanada ocasionando que el mundo se maraville y adore al dragón y a la bestia (Apocalipsis 13:3,4).

El Anticristo llegará al poder a través de adulaciones, la promesa de paz y cierta me dida de prosperidad. Sin embargo, cambiará sus tácticas durante la Tribulación, y se convertirá en el gobernante más cruel y despótico que este mundo haya visto. Será un monstruo de la iniquidad, y engañará a las naciones del mundo. Lea Apocalípsis 13:1-18.

Este “hombre de pecado” atrae a sí mismo la admiración y adoración del mundo, “cuyos nombres no estaban escritos en el libro de la vida del Cordero” (Apocalipsis 13:8). La humanidad será cautivada por las caracteristicas y poderes del Anticristo. Su asombro es: “¿Quién como la bestia, y quién podrá luchar contra ella?” (Apocalipsis 13:4).

Engañará a la gente Judía. El Anticristo hará un pacto con ellos durante la primera parte de su reinado, probablemente asegurándoles que él resolverá sus problemas y les garantizará su paz. Es posible que durante ese tiempo el Templo sea reconstruído en Jerusalén y la adoración sacrificatoria hacia Dios por los Judíos sea de nuevo reinstaurada.

Sin embargo, en medio de su mandato de siete años, su pacto con los Judíos será quebrantado. Esta acción les revelará a los Judíos la naturaleza demoniaca del Anticristo. Después seguirá un tiempo terrible para la gente Judía, y para toda la tierra - un tiempo de gran tribulación. “¡Ah, cuán grande es aquel día! tanto, que no hay otro semejante a él; tiempo de angustia para Jacob; pero de ella será librado” (Jeremías 30:7).

El profeta falso será el promotor del Anticristo. Él establecerá una imagen de la bestia y mandará a matar a todos los que no adoren a la imagen. Forzará a todos a recibir una marca en su mano derecha, o en su frente, estableciendo que ninguna persona sea capaz de comprar o vender sin la marca, el nombre de la bestia, o el número de su nombre. No habrá salvación para el hombre o la mujer que adore a la bestia o tome su marca. (Apocalipsis 14:9-11). El camino seguro a el cielo es creer en el Señor Jesús hoy, seguir Sus instrucciones, y estar listos para el Rapto de la Iglesia.

Después del período de Tribulación, Jesucristo el Rey de reyes y Señor de señores, vendrá con sus ejércitos del Cielo para terminar el reinado del Anticristo y del profeta falso. Ellos serán “lanzados vivos a el lago de fuego.” El dragón, que es el diablo, será arrojado al pozo del abismo. En ese tiempo, Jesús establecerá su reino literal en la tierra y reinará por mil años, al que la Biblia se refiere como el Reino del Milenio ¡Que tiempo tan glorioso será éste! Aquellos que crean en el Señor Jesús, hagan Su voluntad, y sigan Sus instrucciones dadas en la Palabra de Dios, serán incluídos entre los vencedores que disfrutaran las glorias y privilegios del Milenio.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Deixado para tras


“Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha.” (1 Samuel 16:11 ARA)

Meu irmão, você pode ser deixado para trás pelas pessoas, pela família, pelo profeta e até mesmo em momentos importantes. Mas Deus não permitirá que você seja esquecido nem deixado para trás por Ele. Davi não foi chamado para a reunião do avivamento na casa do seu pai, só os irmãos dele foram chamados. Ali estava o profeta, a presença de Deus, os pais, os empregados, havia óleo de unção, havia tudo de bom ali. Mas Davi ficou de fora.

Deus providenciou que o profeta Samuel não se contentasse com o que os seus olhos pudessem ver, a ponto de perguntar a Jessé se os filhos haviam acabado, pois a palavra que lhe fora dada era no sentido de que o ungido seria um dos filhos dele. Não vamos nem comer enquanto não vier aquele que falta vir, em outras palavras. Meu querido, muitas vezes o deixado para trás fui eu ou pode ter sido você. Mas não se preocupe, o óleo não será derramado sobre a cabeça errada nem a festa se iniciará, até que a pessoa certa seja trazida.

Nada sutil o detalhe de que tiveram de buscá-lo, pois ele estava ocupado, assim como Pedro pescando, Mateus cobrando impostos ou Gideão malhando trigo. Ocupado não é esquecido, é apenas ocupado. Deus te desocupará no tempo Dele para ser ungido, se isso for para ser feito. Ninguém será deixado de lado se o Senhor estiver no controle.

Aprenda a confiar que mesmo seu profeta sendo falho como Samuel era falho, todos pensando da forma errada como os filhos de Jessé pensaram que eram os ungidos, mesmo que até seus pais o deixem por último e praticamente descartado.
A unção da sua cabeça não vai parar na cabeça de mais ninguém, portanto trabalhe e confie no Senhor. Apenas fique atento quando lhe chamarem, talvez no meio de uma tarefa simples do cotidiano, pois pode ser a sua vez.

“Senhor, te glorifico e bendigo Teu nome porque o Senhor atenta para mim e para meu destino. Obrigado por ter promessa sobre a minha vida. Obrigado por me permitir confiar em Ti e saber que estou seguro Contigo.”

Mário Fernandez

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terça-feira, 4 de maio de 2010

A Doutrina da Justificação


A doutrina da salvação na teologia evangélica seria pobre sem a doutrina da justificação.A doutrina da salvação abrange várias outras doutrinas como expiação, redenção, propiciação, reconciliação, regeneração e, entre as quais, a justificação. A salvação só se torna possível ao pecador mortal, não por mérito do mesmo, mas porque “a justificação é o ato da graça divina pelo qual Deus declara justificada a pessoa que põe a sua fé em Jesus Cristo como o seu substituto e Salvador”(1). O PONTO DE PARTIDA PARA A JUSTIFICAÇÃO A razão pela qual a Bíblia declara que a justificação só é alcançada pela fé está no fato de que o pecador não tem a menor possibilidade de libertar-se de sua culpa condenatória por méritos humanos ( seus ou de outros) ou por esforços religiosos. Em relação ao estado pecador do homem a justificação tem sentido judicial baseado na justiça perfeita de Cristo feita no Calvário. Ele é justificado, não por mérito seu, mas pelo ato declarativo de Deus que o torna justo. A declaração paulina em Romanos 5.1, diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. A justificação é, portanto, um ato legal da justiça de Deus alicerçado na fonte de sua Graça, o favor de Deus para o pecador incapaz de salvar por si mesmo. A paz com Deus diz respeito ao acesso garantido ao Trono da Graça mediante o ato justificador feito por Jesus no calvário. No decurso da história da Igreja, desde os seus primórdios dias, os pais da igreja ( as primeiras lideranças) foram formulando as doutrinas cristãs baseados nos ensinos de Cristo e nos ensinos do Antigo Testamento. Porém, ao longo desse período da historia, influencias filosóficas, especialmente, as gnósticas, produziram conceitos deturpados acerca das doutrinas básicas do cristianismo, tais como salvação, obras, justificação, sacerdócio cristão, perdão, estado dos mortos, estado eterno e outras mais. As facções no cristianismo, especialmente, entre o romanismo e o protestantismo, estabeleceram as diferenças doutrinárias, as quais, até hoje, influenciam o pensamento cristão. Não temos espaço suficiente para discutir essas diferenças, mas tentaremos distinguir algumas delas, principalmente, com a doutrina da “justificação pela fé”. UM VISLUMBRE NA IGREJA DA IDADE MÉDIA As divergências teológicas começaram em torno da divindade e humanidade de Cristo discutidas nos vários concílios da Igreja de então. Entretanto, a doutrina da “justificação pela fé” foi um dos elementos divisores da cristandade ocidental na “idade média”( Século 15), especialmente com Martinho Lutero e, depois dele, Calvino e outros mais, que protestaram contra os abusos medievais da igreja romana. A tentativa de Lutero era a de corrigir os erros doutrinários da igreja romana e oferecer interpretação correta dos conceitos bíblicos de doutrina cristã. Foi a partir dessa discussão, com a publicação e exposição das 95 teses de Lutero afixadas na porta da igreja do Castelo de Wittenberg a 1º. De outubro de 1517, na Alemanha, que Lutero fez valer sua tese contra a venda de indulgências ( venda de perdão de pecados) e reforçou seu argumento, entre outras doutrinas, a justificação pela fé. A expressão “justificação pela fé” não havia despontado como um conceito doutrinário naquela época e, então, a busca para encontrar uma resposta aos abusos sacramentais da igreja romana e refutar suas heresias permitiu a Lutero e outros mais descobrirem a importância dessa expressão em relação ao pensamento de Paulo em suas epistolas, especialmente, Romanos e Gálatas. O conceito que prevalecia na Idade Média era o conceito de Agostinho que “havia ensinado a completa imcapacidade do pecador e fizera que este se voltasse para a igreja e para as suas atividades sacramentais” (2). Parte desse conceito é aceitável, mas os reformadores, a despeito de respeitarem a Agostinho como grande teólogo, concordaram com a idéia da “incapacidade do pecador de se justificar”, mas divergiram dele, porque entenderam que o pecador pode fazer valer sua fé em Cristo, sem a intervenção de qualquer sacramento. Os reformadores entenderam que a questão do pecado e da salvação é definida pela crença de que o homem, por si só, nada pode fazer para salvar-se da condenação eterna, senão pela fé na obra expiatória de Cristo Jesus. O pecador reconhece Jesus como Salvador e remidor de sua alma independente de qualquer esforço para adquirir a salvação, e mediante um ato de fé apenas, ele é justificado diante de Deus, pela justiça feita por Cristo Jesus.
CONCEITUAÇÕES HISTORICAS E MODERNAS - Para a teologia evangélica a doutrina da justificação pela fé tem uma apreciação especial, talvez, como uma das mais importantes no cômputo teológico das doutrinas bíblicas. Todo e qualquer conceito sobre a “justificação”como doutrina só é válida a partir do seu fundamento principal: a própria Bíblia, em especial, o Novo Testamento. O pensamento do Apóstolo Paulo. Na verdade, quaisquer nomes surgidos posteriormente na discussão dessa doutrina, desde os Atos dos Apóstolos, não havia duvidas quanto ao ensino da justificação pela fé como uma doutrina puramente bíblica, sem precisar nenhum acréscimo ou decréscimo. A começar pelos ensinos do Apóstolo Paulo, nas suas cartas e epistolas às igrejas do primeiro século da Era Cristã, especialmente, Romanos e Gálatas. Paulo argumentou na Carta aos Romanos que Israel apostatou da crença da justificação pela fé, preferindo o exercício de obras exteriores, como os sacrifícios e regras mosaicas para ter a ilusão de obter justificação pelas obras. Paulo acusa os israelitas de desconheceram a justiça de Deus e, por isso, estabeleceram sua própria justiça, para não se sujeitarem à que vem de Deus ( Rm 10.3). Na teologia de Paulo nos capítulos 1 a 3 de Romanos, vemos a incapacidade total do homem pecador se justificar devido à total falta de senso de justiça e de retidão do mesmo por causa do pecado ( Rm 3.10-18). Antes de Cristo, o veredito final de Deus contra o pecado condenava totalmente o homem sem nenhuma alternativa humana ou religiosa para mudar a sua sorte. Entretanto, a partir do capitulo 3.21, Paulo faz uma declaração que reascende a chama da possibilidade de justificação do homem diante de Deus. A expressão: “Mas agora...”(v.21) constituída de duas palavrinhas produzem a mudança radical e fundamental capaz de mudar a sorte do pecador condenado. Foi um novo caminho que se abriu para o pecador se justificado diante de Deus mediante um ato de justiça que seria satisfeito pela “justiça perfeita” efetuada por Cristo no calvário, o qual cumpriu todas as exigências da lei, em nosso lugar ( 1 Co 1.30; 2 Co 5.21; Tg 2.23). A lição básica dessa doutrina é que aqueles que confiam em Cristo para a justificação pela fé somente recebem uma justiça perfeita feita que lhes é atribuída ( Rm 5.8,9). A mistura de fé e obras é o mesmo que apresentar o mérito de justiça própria aliada à fé para receber a justificação diante de Deus. Essa mistura dilui o sentido autêntico da justificação pela fé, porque não evidenciaria uma justiça original e perfeita. O pensamento de Martinho Lutero. Ele qualificou a doutrina da justificação como a doutrina de sustentação ou perdição de uma igreja. Ele entendia ainda que a doutrina da justificação tem a ver como Deus aceita ao pecador arrependido. Lutero reúne a justificação, a regeneração e a adoção como implícitas entre si e que uma não pode ocorrer sem as outras, ainda que sejam distintas como doutrinas. A justificação pela fé é indicada como “o principio sola fide da Reforma Protestante, e diz a história que “Martinho Lutero o definia como sendo o artigo que determinava se uma igreja estava de pé ou caindo”(3). O pensamento de John Wesley. No século 18, um dos maiores lideres avivalistas na Europa, pai do Metodismo, declarou que “a justificação não é o tornar-se atualmente justo e reto. Isto é santificação, que é, realmente, até certo ponto, o fruto imediato da justificação, mas contudo, é um dom distinto de Deus e de natureza totalmente diferente”. Wesley entendia que a justificação não significava o libertar-nos da acusação, particularmente da de Satanás. Que a acusação de nosso acusador, o Diabo, não é aceita, porque a justificação do pecador é feita pelos méritos de Cristo que se fez justiça por nós. Ensinava ainda que a justificação, do ponto de vista da Bíblia, era o perdão de pecados. Era o ato de Deus, o Pai, pelo qual, pela propiciação feita pelo sangue de seu Filho, ele mostrou justiça pela remissão dos pecados passados. Ensinou, também, que “três coisas devem caminhar juntas na nossa justificação: da parte de Deus, a sua grande misericórdia e graça; da parte de Cristo, a satisfação da justiça de Deus, pela oferenda do seu corpo e o derramamento do seu sangue; e da nossa parte, fé viva e verdadeira nos méritos de Jesus Cristo”. A lição que Wesley deixa é que tudo o que Deus requer de nós é fé viva e verdadeira, acompanhada de arrependimento, esperança e amor os quais se unem com a fé em todas as pessoas que são justificadas. O pensamento de Myer Pearlman. Foi um teólogo conhecido no meio evangélico no século 20, era judeu de nascimento e dedicou-se, especialmente, a ensinar a Palavra de Deus. Esse autor e teólogo influenciou com sua Teologia Sistemática intitulada : “Conhecendo as doutrinas da Bíblia” algumas gerações de obreiros no mundo inteiro. A respeito da doutrina da justificação, Myer Pearlman escreveu: “Justificação é primeiramente subtração, o cancelamento dos pecados; segundo, adição, ou seja, imputação de justiça”. Disse mais Pearlman: “Justificação é primeiramente mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; agora, porém, goza ele de quitação. Antes estava sob a condenação, mas agora participa da divina aprovação. Justificação reúne mais do que perdão dos pecados e a remoção da condenação, pois no ato da justificação Deus coloca o ofensor na posição de justo”. Quando falamos de salvação significa que ela é a justiça imputada ao pecador. A fé é o único elemento da parte do pecador que lhe dá condições de ser justificado. O pensamento de Russell P. Shedd. Teólogo atual no Brasil escreveu que “o coração vivo do Evangelho está na doutrina da justificação pela graça apenas por meio da fé. Dentre os presentes de Deus ao homem, nenhum se compara com as boas novas de que Deus, gratuitamente, justifica pecadores que aceitam seu perdão”. O pensamento de Stanley M. Horton. Teólogo contemporâneo das Assembléias de Deus declarou em sua “Teol.Sist.,pg.372, CPAD, que “assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo “justificação” refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos”. O pensamento de Eurico Bergsten. Foi missionário europeu no Brasil por mais de 50 anos e influenciou com seus ensinos o pensamento teológico das Assembléias de Deus no Brasil. Em sua Teol.Sist., CPAD, ele definiu “a justificação como um ato da graça de Deus, pelo qual, ele imputa à pessoa que crê em Jesus a justiça de Cristo e a declara justa”. ASPECTOS GERAIS DA JUSTIFICAÇÃO Definição da doutrina Um certo autor passado declarou que a doutrina da justificação é semelhante a uma moeda de duas faces, a humana e a divina. As duas faces são distintas e devem ser tratadas sob esta dupla perspectiva teológica. Sob o ponto de vista humano, a justificação é fruto da graça de Deus que, por não termos mérito algum, nos amou acima de nossos pecados. Está escrito que “somos justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”( Rm 3.24), indicando que a justificação do pecador não depende da observância da lei nem da prática de boas obras ( Rm 3.21,28). O outro lado da moeda, do ponto de vista de Deus, a justificação não é um ato de graça, mas um ato de justiça. Entende-se, portanto, que a justificação é uma declaração da parte de Deus que, declara a satisfação plena da lei, em relação ao pecador ( réu). A lei não cumprida não é satisfeita por qualquer espécie de justiça, senão a perfeita justiça de Cristo cumprida o seu veredicto na cruz do calvário. Que significa Percebemos um contraste duas palavras inseridas no texto que trata da justificação que são “justificar” e “condenar” conforme estão no texto de Rm 3.33,34 e, então, precisamos entender o seu sentido. “Condenar” alguém não significa meramente “torná-lo” culpado, mas significa “declarar” que é culpado. Do mesmo modo, “justificar” alguém de uma culpa não significa “torná-lo”, mas “declará-lo” sem qualquer culpa. Significa justiça imputada. O que se entende por justiça imputada? A igreja romana adotou a resolução doutrinária do Concilio de Trento que não via a obra da justificação como um ato único e perfeito na vida do pecador, mas que precisava das boas obras para se obter, preservar e aumentar a justificação. Esse mesmo concilio repudiava o ensino da Reforma de que “a justiça perfeita de Cristo era atribuída como crédito na conta do pecador, como base da nossa aceitação diante de Deus. A doutrina católico-romana vê a justificação como um processo, e não como um ato declarativo de Deus. A justiça imputada é aquela justiça efetuada no calvário e, Deus, como Justo Soberano toma a justiça de Cristo e a torna em justiça Sua, isto é, justiça que Ele atribui ao pecador. No Sermão do Monte Jesus fez uma declaração: “se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céu”( Mt 5.20). Esta declaração fora feita a um cobrador de impostos que era injusto e impio, mas declarou que aquele homem estava justificado perante Deus. Que justiça desse homem poderia exceder a dos escribas e fariseus ? Nenhuma justiça própria daquele homem ímpio poderia salvá-lo da condenação. Somente uma justiça perfeita e a única era a justiça divina, pois somente Ele poderia declarar aquele homem justo, uma vez que ele não tinha nada, por isso, recebeu uma justiça superior, que não era dele próprio ( Mt 5.28; Fp 3.9). A justiça lhe foi atribuída mediante a fé ( Rm 4.9-11). Ora, como entender que aquele homem recebeu justificação, senão, pelo fato de Deus imputar justiça, isto é, um substituto sem defeito para receber os seus pecados e cravá-los na cruz. Significa justificação pela fé somente O apóstolo Paulo, dentre os autores neotestamentarios, foi o autor que mais tratou dessa doutrina de modo preciso e objetivo. Em Romanos 3.24-26, ele escreveu: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé... tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. Logo a seguir em Rom 5.1, Paulo diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Na Carta aos Gálatas 2.16, Paulo escreveu: “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei, ninguém será justificado”. Naturalmente, precisamos entender que a fé é causa instrumental, e não causa meritória para se obter a salvação. Ela é apenas o meio pelo qual recebemos a declaração justificadora da parte de Deus ( Rm 10.9,10).