No mundo antigo, o ato de “lançar sortes” era
uma forma comum de adivinhação ou também de se
conhecer a vontade dos deuses. Havia várias
maneiras de se lançar sorte, porém, a mais
utilizada era a que empregava flechas de cores
diferentes. A Bíblia relata vários casos em que
Deus se valeu desse método para fazer prevalecer
sua vontade, uma vez que é Senhor até mesmo
sobre as sortes: “A sorte se lança no regaço,
mas do SENHOR procede toda a determinação” (Pv
16.33).
Somente como ilustração, transcrevemos dois
textos bíblicos que encerram o assunto. No
Antigo Testamento, no livro do profeta Jonas,
Deus utiliza um grupo de marinheiros pagãos, com
grande sentimento religioso, para fazer
prevalecer sua vontade divina, culminando com a
conversão de todos após o mar se acalmar: “E
diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e
lancemos sortes, para que saibamos por que causa
nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a
sorte caiu sobre Jonas” (1.7). No Novo
Testamento, no livro de Atos, esta prática
também é citada uma vez, quando os apóstolos
utilizaram o método para escolher o substituto
de Judas Iscariotes, ato precedido de
deliberação e oração: “E, lançando-lhes sortes,
caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi
contado com os onze apóstolos” (1.26).
Quem são os pobres de espírito que herdarão o
reino dos céus?
Os “pobres de espírito” ou “humildes de
espírito” são aqueles cuja necessidade
espiritual é maior (Mt 5.3); ou seja, aqueles
cujo coração não é altivo ou soberbo e que têm
consciência da necessidade de buscar a retidão
de Deus. Em Lucas 6.20, aparece apenas a
expressão “os pobres”, sem a palavra “espírito”,
o que nos leva a crer que Jesus está-se
referindo aos materialmente pobres. Em Salmos
9.18, temos que estes dois tipos de necessidades
convivem habitualmente, mesmo não sendo
idênticas: “Porque o necessitado não será
esquecido para sempre, nem a expectação dos
pobres perecerá perpetuamente”. Em detrimento de
tudo isso, o apóstolo Paulo deixa claro que a
graça de Deus está disponível àqueles que buscam
o Senhor com fé (Rm 5.15).
Davi matou Golias com a funda ou usou a espada
do próprio gigante para lhe tirar a vida?
“Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com
uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e
o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o
filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da
bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a
cabeça; vendo então os filisteus que o seu herói
era morto, fugiram” (1Sm 17.50,51).
Golias já estava morto quando Davi tomou-lhe a
espada e lhe cortou a cabeça. Há uma diferença
nos verbos empregados no original hebraico. O
verbo “matou” do versículo 51 tem o sentido de
liquidar.
Por que Jesus amaldiçoou uma figueira sem
frutos, visto que estava fora da época de
produzi-los?
“E, vendo de longe uma figueira que tinha
folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e,
chegando a ela, não achou senão folhas, porque
não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse
à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti.
E os seus discípulos ouviram isto” (Mc
11.13,14).
A figueira sem frutos representava o Israel
infrutífero. O profeta Jeremias (cap. 24),
utiliza os figos para representar o juízo sobre
Jerusalém. A maldição foi lançada sobre a
figueira, não só pela falta de frutos, mas,
principalmente, por causa de sua aparência
enganosa. Podemos fazer um paralelo prático para
compreender por que Jesus amaldiçoou a figueira
que se achava infrutífera em decorrência da
época. Em João 7.6, Jesus afirma que o tempo dos
discípulos “sempre está pronto”; ou seja, após a
conversão, todos estamos aptos a produzir frutos
para o reino de Deus em qualquer tempo. Mas,
muitas vezes, nos preocupamos tão-somente em
demonstrar (de forma aparente) que somos
cristãos. E isso apenas, para Deus, não basta!
Aqui, temos, ainda, uma correlação com o texto
de João 15.1-5, que diz: “Eu sou a videira
verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara
em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda
aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós
já estais limpos, pela palavra que vos tenho
falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara
de si mesma não pode dar fruto, se não estiver
na videira, assim também vós, se não estiverdes
em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem
está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer”.
Jeconias era filho de Jeoiaquim ou de Josias?
“E os filhos de Josias foram: o primogênito,
Joanã: o segundo, Jeoiaquim; o terceiro,
Zedequias; o quarto, Salum. E os filhos de
Jeoiaquim: Jeconias, seu filho, e Zedequias, seu
filho” (1Cr 3.15,16).
“E Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na
deportação para Babilônia” (Mt 1.11)
A palavra “filho”, na Bíblia, pode significar
“neto” ou até mesmo “bisneto”, da mesma forma
que a palavra “gerou” é usada relativamente a um
pai ou avô. Isto acontece porque, no original, a
palavra “gerou” pode ser entendida como
“tornou-se ancestral de”, e aquele que foi
gerado é entendido como “o descendente de”.
Jeconias, também conhecido como Joaquim ou
Conias, reinou em 597 a.C., durante a primeira
grande deportação para Babilônia, sob o comando
de Nabucodonosor. A Bíblia cita Jeconias em
várias passagens como sendo filho de Jeoaquim
(ou Eliaquim), segundo filho de Josias (V. tb.
2Cr 36.9,10; 2Rs 24.8-16; Jr 24).
Como interpretar os “excrementos humanos” na
preparação da cevada, conforme descrito em
Ezequiel 4.12?
“E o que comeres será como bolos de cevada, e
cozê-los-ás sobre o esterco que sai do homem,
diante dos olhos deles”.
A utilização de esterco animal como material
combustível era natural naquela época.
Entretanto, o esterco humano era considerado
impuro: “E entre as tuas armas terás uma pá; e
será que, quando estiveres assentado, fora,
então com ela cavarás e, virando-te, cobrirás o
que defecaste” (Dt 23.13). No texto do profeta
Ezequiel, Deus pretendia fazer uma ilustração
dramática para Israel acerca de suas
desobediências para com Ele. Israel seria
disperso e não mais poderia observar os
mandamentos mosaicos quanto à alimentação,
passando a comer coisas que, para o povo, eram
impuras. Após o protesto do profeta, de que
nunca havia se contaminado, o Senhor
reconsiderou sua decisão permitindo que fosse
utilizado esterco bovino: “E disse-me: Vê,
dei-te esterco de vacas, em lugar de esterco de
homem; e sobre ele prepararás o teu pão” (v.15).
O que são binitarismo e diteísmo?
Diteísmo. Doutrina filosófica aceita por
diversas religiões e seitas que admitem a
existência de dois princípios opostos e
distintos, como, por exemplo, bem e mal, corpo e
espírito, essência e existência, entre outros.
Os adeptos dessa filosofia pregam, ainda, uma
forma de politeísmo, uma vez que acreditam que
existem apenas dois deuses.
Binitarismo. Essa doutrina não classifica o
Espírito Santo como uma pessoa da Trindade,
antes, crê somente em duas pessoas na Divindade:
o Pai e o Filho. Esta era a crença defendida
pelos monarquianos, nos dias anteriores ao
Concílio de Nicéia. Os binitarianistas criam que
o conceito de deidade atribuída ao Filho deveria
incorporar a idéia de Espírito Santo.
Preparado por Marcos Heraldo de Paiva
Participantes desta edição
Moisés Silva
Norberto Guimarães
Renato Sallas
Vanderlei Ferreira
Reynaldo Santos
Jacione Pereira de Araújo
Fonte:ICP
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