quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Bíblia registra o ato de “lançar sortes”. O que isso significa?

No mundo antigo, o ato de “lançar sortes” era

uma forma comum de adivinhação ou também de se

conhecer a vontade dos deuses. Havia várias

maneiras de se lançar sorte, porém, a mais

utilizada era a que empregava flechas de cores

diferentes. A Bíblia relata vários casos em que

Deus se valeu desse método para fazer prevalecer

sua vontade, uma vez que é Senhor até mesmo

sobre as sortes: “A sorte se lança no regaço,

mas do SENHOR procede toda a determinação” (Pv

16.33).

Somente como ilustração, transcrevemos dois

textos bíblicos que encerram o assunto. No

Antigo Testamento, no livro do profeta Jonas,

Deus utiliza um grupo de marinheiros pagãos, com

grande sentimento religioso, para fazer

prevalecer sua vontade divina, culminando com a

conversão de todos após o mar se acalmar: “E

diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e

lancemos sortes, para que saibamos por que causa

nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a

sorte caiu sobre Jonas” (1.7). No Novo

Testamento, no livro de Atos, esta prática

também é citada uma vez, quando os apóstolos

utilizaram o método para escolher o substituto

de Judas Iscariotes, ato precedido de

deliberação e oração: “E, lançando-lhes sortes,

caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi

contado com os onze apóstolos” (1.26).

Quem são os pobres de espírito que herdarão o

reino dos céus?

Os “pobres de espírito” ou “humildes de

espírito” são aqueles cuja necessidade

espiritual é maior (Mt 5.3); ou seja, aqueles

cujo coração não é altivo ou soberbo e que têm

consciência da necessidade de buscar a retidão

de Deus. Em Lucas 6.20, aparece apenas a

expressão “os pobres”, sem a palavra “espírito”,

o que nos leva a crer que Jesus está-se

referindo aos materialmente pobres. Em Salmos

9.18, temos que estes dois tipos de necessidades

convivem habitualmente, mesmo não sendo

idênticas: “Porque o necessitado não será

esquecido para sempre, nem a expectação dos

pobres perecerá perpetuamente”. Em detrimento de

tudo isso, o apóstolo Paulo deixa claro que a

graça de Deus está disponível àqueles que buscam

o Senhor com fé (Rm 5.15).

Davi matou Golias com a funda ou usou a espada

do próprio gigante para lhe tirar a vida?

“Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com

uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e

o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.

Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o

filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da

bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a

cabeça; vendo então os filisteus que o seu herói

era morto, fugiram” (1Sm 17.50,51).

Golias já estava morto quando Davi tomou-lhe a

espada e lhe cortou a cabeça. Há uma diferença

nos verbos empregados no original hebraico. O

verbo “matou” do versículo 51 tem o sentido de

liquidar.

Por que Jesus amaldiçoou uma figueira sem

frutos, visto que estava fora da época de

produzi-los?

“E, vendo de longe uma figueira que tinha

folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e,

chegando a ela, não achou senão folhas, porque

não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse

à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti.

E os seus discípulos ouviram isto” (Mc

11.13,14).

A figueira sem frutos representava o Israel

infrutífero. O profeta Jeremias (cap. 24),

utiliza os figos para representar o juízo sobre

Jerusalém. A maldição foi lançada sobre a

figueira, não só pela falta de frutos, mas,

principalmente, por causa de sua aparência

enganosa. Podemos fazer um paralelo prático para

compreender por que Jesus amaldiçoou a figueira

que se achava infrutífera em decorrência da

época. Em João 7.6, Jesus afirma que o tempo dos

discípulos “sempre está pronto”; ou seja, após a

conversão, todos estamos aptos a produzir frutos

para o reino de Deus em qualquer tempo. Mas,

muitas vezes, nos preocupamos tão-somente em

demonstrar (de forma aparente) que somos

cristãos. E isso apenas, para Deus, não basta!

Aqui, temos, ainda, uma correlação com o texto

de João 15.1-5, que diz: “Eu sou a videira

verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara

em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda

aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós

já estais limpos, pela palavra que vos tenho

falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara

de si mesma não pode dar fruto, se não estiver

na videira, assim também vós, se não estiverdes

em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem

está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;

porque sem mim nada podeis fazer”.

Jeconias era filho de Jeoiaquim ou de Josias?

“E os filhos de Josias foram: o primogênito,

Joanã: o segundo, Jeoiaquim; o terceiro,

Zedequias; o quarto, Salum. E os filhos de

Jeoiaquim: Jeconias, seu filho, e Zedequias, seu

filho” (1Cr 3.15,16).

“E Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na

deportação para Babilônia” (Mt 1.11)

A palavra “filho”, na Bíblia, pode significar

“neto” ou até mesmo “bisneto”, da mesma forma

que a palavra “gerou” é usada relativamente a um

pai ou avô. Isto acontece porque, no original, a

palavra “gerou” pode ser entendida como

“tornou-se ancestral de”, e aquele que foi

gerado é entendido como “o descendente de”.

Jeconias, também conhecido como Joaquim ou

Conias, reinou em 597 a.C., durante a primeira

grande deportação para Babilônia, sob o comando

de Nabucodonosor. A Bíblia cita Jeconias em

várias passagens como sendo filho de Jeoaquim

(ou Eliaquim), segundo filho de Josias (V. tb.

2Cr 36.9,10; 2Rs 24.8-16; Jr 24).

Como interpretar os “excrementos humanos” na

preparação da cevada, conforme descrito em

Ezequiel 4.12?

“E o que comeres será como bolos de cevada, e

cozê-los-ás sobre o esterco que sai do homem,

diante dos olhos deles”.

A utilização de esterco animal como material

combustível era natural naquela época.

Entretanto, o esterco humano era considerado

impuro: “E entre as tuas armas terás uma pá; e

será que, quando estiveres assentado, fora,

então com ela cavarás e, virando-te, cobrirás o

que defecaste” (Dt 23.13). No texto do profeta

Ezequiel, Deus pretendia fazer uma ilustração

dramática para Israel acerca de suas

desobediências para com Ele. Israel seria

disperso e não mais poderia observar os

mandamentos mosaicos quanto à alimentação,

passando a comer coisas que, para o povo, eram

impuras. Após o protesto do profeta, de que

nunca havia se contaminado, o Senhor

reconsiderou sua decisão permitindo que fosse

utilizado esterco bovino: “E disse-me: Vê,

dei-te esterco de vacas, em lugar de esterco de

homem; e sobre ele prepararás o teu pão” (v.15).

O que são binitarismo e diteísmo?

Diteísmo. Doutrina filosófica aceita por

diversas religiões e seitas que admitem a

existência de dois princípios opostos e

distintos, como, por exemplo, bem e mal, corpo e

espírito, essência e existência, entre outros.

Os adeptos dessa filosofia pregam, ainda, uma

forma de politeísmo, uma vez que acreditam que

existem apenas dois deuses.

Binitarismo. Essa doutrina não classifica o

Espírito Santo como uma pessoa da Trindade,

antes, crê somente em duas pessoas na Divindade:

o Pai e o Filho. Esta era a crença defendida

pelos monarquianos, nos dias anteriores ao

Concílio de Nicéia. Os binitarianistas criam que

o conceito de deidade atribuída ao Filho deveria

incorporar a idéia de Espírito Santo.

Preparado por Marcos Heraldo de Paiva

Participantes desta edição

Moisés Silva
Norberto Guimarães
Renato Sallas
Vanderlei Ferreira
Reynaldo Santos
Jacione Pereira de Araújo



Fonte:ICP

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