terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Incrível Caráter de Eliseu

"Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado". 2 Reis 5.9-10

Esta passagem é uma das mais conhecidas e mais pregadas no meio do povo evangélico. Também tema das inúmeras "campanhas" nas igrejas pentecostais. E, justamente por isso, nos concentramos tanto no fator "cura divina" operada neste siro, que deixamos de observar detalhes importantes que nos trazem grandes lições. Uma destas lições é o caráter exemplar de Eliseu, que nunca se deixou influenciar por pessoas de posição social relevante. Naamã era o comandante do exército do rei da Síria. Um homem importante, pois por meio dele o Senhor deu vitória a Síria. Era um herói de guerra. Algum outro profeta talvez estivesse preocupado com todo o aparato para receber este homem, que a própria bíblia diz ser homem "valoroso" (2 Reis 5:1) Mas Eliseu, sem se preocupar com quem era ou deixava de ser, apenas "enviou um mensageiro", como relata o versículo acima, para dar o recado a Naamã. Se ele fosse lá mergulhar, amém. Se não fosse, azar o dele!!!
Vemos a mesma atitude simples de Eliseu quando ele não mostra nenhum tipo de bajulação a mulher sunamita, que era uma mulher grave (significa rica) que o via passar por ela.


"E ela disse ao seu marido: Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus". 2 Reis 4.9

Não era a primeira vez que Eliseu passava perto desta mulher e seu marido. Ele já estava na observação da sunamita. "...que passa sempre por nós..." Eliseu não adiantou nenhum tipo de "puxa-saquismo" pelo motivo dela ser rica. Não ficava arreganhando a cara como se ali estivesse algum motivo mais importante para isso do que no mais pobre. Eliseu não estava nem aí se ela fosse rica, milionária, bilionária, dona-do-mundo, mas "passava" por ela e seu esposo, com sua vida dedicada a Deus, saudando normalmente a todos, e isso despertou a atenção da mulher sunamita na vida sem interesses da parte do profeta.
Alguns, nos dias de hoje, vêem um homem incrédulo, sem Deus, mentiroso, leproso espiritualmente, coloca em cima do púlpito, e ainda coloca a igreja de pé para recebê-lo. Meus irmãos, Nicodemos era um dos principais dos judeus, e de noite foi ter com Jesus, e adiantou uma gracinha, um elogio pra fazer uma média: "Sabemos que és mestre vindo da parte de Deus". Jesus cortou o barato dele e respondeu:

"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus". João 3

Para ele, um dos principais, de posição entre os judeus, não seria uma vergonha?!

"Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?" João 3:9,10

Eliseu já tinha este caráter.
Quantos profetas nos dias de hoje, ouvem um elogio, e se derretem as palavras macias da hipocrisia. Basta dizer: "-O irmão fulano é um homem de Deus". Pronto. Acabou o profeta! Ainda que ele tenha algo de exortação, correção, advertência, para esta pessoa, o fará bem em particular, com muito cuidado. O que ele não faria com outro. Eliseu não era covarde, como alguns, que se acham corajosos e ousados com uns, mas que diante dos mais ricos, dos que tem um certo poder, fingem não ver o erro, fazem vista grossa.
Não estou dizendo que não se deve respeitar a autoridade. Não é isso que prego. Respeite as autoridades, pois é bíblico:


"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação". (Romanos 13:1,2)

O que deve se refletir é sobre a posição social ou financeira de algum irmão estar acima da obra de Deus, de comprar a autoridade espiritual do profeta, fazer temer o que serve a Deus de entregar uma exortação. De se ter coragem e autoridade para humilhar o mais pobre, e diante da mesma situação com o mais rico usar parâmetros diferentes. Deus não faz acepção de pessoas. O cristão, o profeta, o líder, não pode ter duas caras, duas atitudes, usar de dois pesos e duas medidas.


"Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? ...Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? (Tiago 2:2-4,6)
Postado por Pr.Clodoaldo Pereira às 7:50 AM 1 comentários
Devo Acreditar na Doutrina da Minha Igreja?
Sim, se estiver conforme a Bíblia. Não meditar na Palavra para tirar suas próprias conclusões é um grande erro (Sl 1). Por este motivo, há muitos cegos guiando uma multidão de cegos. O melhor mesmo é seguir o exemplo dos bereanos. Eles examinavam nas Escrituras se o que Paulo e Silas ensinavam estava de acordo (Atos 17.10-11). Até mesmo estas minhas palavras devem ser examinadas e estudadas. O importante é que o próprio crente tenha convicções próprias. Mas cuidado: não seja precipitado nos julgamentos.

Quer dizer que devo examinar cada palavra do pastor?
Você deverá ter conhecimento da doutrina de sua igreja; o que ela prega sobre Pecado, Salvação, Trindade, Divindade de Cristo, Últimas Coisas, etc. O novo convertido poderá passar um tempo comendo pela mão dos outros, mas não todo o tempo. Depois deverá ganhar asas e voar para a liberdade de estudar a Bíblia e entendê-la. A rápida comunicação da internet tem facilitado o estudo bíblico, mas está muito longe de alcançar a maioria da população.

Mas como fazer se sou novo convertido?
Não resta dúvida de que nessa situação você facilmente poderá ser manipulado para receber como verdadeira qualquer doutrina. E depois de alguns meses de contínuo discipulado, você terá poucas chances de discordar daquilo que aprendeu. Se as coisas não mudarem, são grandes as probabilidades de você virar um fanático. O melhor é ser um persistente pesquisador. Ler e meditar com o auxílio de um bom livro de comentários bíblicos é uma boa opção. Não dispense a ajuda do Espírito Santo. Não é muito difícil detectar certas anomalias. Mas há certos desvios doutrinários que são sutilmente introduzidos, difíceis de serem detectados. Há poucos dias, uma consulente nova convertida revelou que achava estranho ter que participar anualmente de certa campanha em sua igreja; e também achava estranha a relação que sua igreja fazia entre o sacrifício de animais do Antigo Testamento com o sacrifício do dízimo. Ela tem razão. Há muitas coisas estranhas rolando por aí. É preciso muito cuidado porque estamos lidando com a nossa própria salvação. Os pequenos desvios doutrinários podem ser a ponta de um grande iceberg, pois onde entra um boi, entra uma boiada.

Mas se sou abençoado na igreja que estou?
Se você é realmente filho de Deus (Jo 1.12), você será abençoado ainda que more num deserto.

Quer dizer que não preciso freqüentar qualquer igreja?
Havendo condições, seja membro de uma igreja (Hb 10.25). Na igreja você ouve a Palavra e a sua fé aumenta (Rm 10.17). Na igreja, você participa dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor. Todavia, a sua salvação não é garantida porque você é membro dessa ou daquela igreja. É pela graça, mediante a fé em Cristo Jesus (Jo 3.18; Rm 10.9; Ef 2.8-9).

Quais os desvios mais fácil de serem identificados?
Uma das características das seitas é negar a divindade de Jesus. Mas há desvios dignos de nossa atenção. Se o pastor de sua igreja passa quarenta minutos falando sobre dízimos e ofertas, e nos quinze minutos da pregação continua batendo na mesma tecla, então você está diante de um fato estranho ao Cristianismo. Bolsa de Valores, empresas comerciais, bancos, casas de câmbio, Casa da Moeda, etc. são locais em que se fala muito em dinheiro, porque o dinheiro é o objeto de suas atividades; exemplo também dos agiotas. O lucro é a meta. Não é (não deve ser) o caso das igrejas, lugar de transformação de pessoas para terem uma nova vida em Cristo.

E se eu não concordar com a doutrina da igreja, que farei?
Martinho Lutero, da ordem dos eremitas agostinianos, intentava propor mudanças na sua igreja. Não conseguindo, afastou-se e fez um protesto público. Quando os desvios são pequenos, entendo ser possível a um simples membro propor mudanças.

Como propor mudanças se não tenho acesso ao pastor?
Nas grandes igrejas isso acontece. No caso dos pastores virtuais a distância ainda é maior. Ele fala e as ovelhas ouvem. Não há oportunidade de troca de idéias. A ocasião mais propícia é nas Escolas Dominicais, quando existe. Porém, se os desvios decorrem de doutrinas que já estão arraigadas, que há anos fazem parte do púlpito, dificilmente haverá mudança. Mudar significa reconhecer erros, e, eventualmente, perder ouvintes. Já pensou se a Igreja Católica resolvesse proibir seus fiéis de ficarem prostrados diante de imagens, considerando que o ajoelhar-se é um gesto visível de uma adoração interior? Já pensou se teólogos da prosperidade resolvessem declarar, num instante de lucidez, que o crente será abençoado mesmo que não participe de campanhas? Os prejuízos seriam incalculáveis. Não podem fazer isso. É uma pena. Contudo, a decisão de ficar e continuar lutando é somente sua.

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