segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Atentados de militantes islâmicos contra cristãos matam 35 na Nigéria

Mais violento dos ataques foi contra

igreja que celebrava missa; grupo

insurgente Boko Haram assume autoria


ABUJA, NIGÉRIA – Radicais islâmicos

lançaram neste domingo, 25, uma

sangrenta onda de atentados na

Nigéria, deixando 39 mortos. A pior

tragédia ocorreu ao final da missa de

Natal em uma igreja de Madala, cidade

perto da capital nigeriana, Abuja. Pelo

menos 35 morreram na explosão de

uma bomba. Outra igreja foi atacada

em Jos, centro da Nigéria. O grupo

radical Boko Haram assumiu a autoria

dos atentados. A ofensiva voltou a

colocar em evidência a crescente

insurgência islâmica contra um frágil

governo central, no mais populoso país

africano.

Em meio a um forte sentimento

nacional de indignação diante da

tragédia, autoridades nigerianas

admitiram que não tinham como levar o

auxílio médico necessário às vítimas do

ataque em Madala. O resgate dos

feridos foi feito com ajuda dos fiéis

da Igreja de Santa Teresa e de

moradores da região. Imagens de TV

mostravam cenas em um hospital da

região onde vítimas em prantos eram

colocadas sobre um chão de cimento,

pouco a pouco coberto por uma densa

poça de sangue. Ao lado, no necrotério,

cadáveres não identificados eram

empilhados.

No ataque à igreja de Jos, um policial

foi atingido por militantes, após a

detonação de um explosivo. O oficial

morreu na hora. Outros dois explosivos

foram encontrados perto da igreja,

mas acabaram desativados.

Ao cair a noite, os ataques

concentraram-se em Damaturu, capital

da Província de Yobe – epicentro dos

confrontos entre o Boko Haram e as

forças nigerianas, onde 61 mortes

foram registradas nas últimas três

semanas.

O pior ataque na cidade foi contra o

prédio do serviço de inteligência da

Nigéria. Um carro-bomba deixou

quatro pessoas mortas. O chefe do

escritório – tido pelas autoridades

como o provável alvo dos militantes –

não está entre as vítimas.

Militância

É a segunda vez que o Boko Haram

lança uma onda de ataques na época do

Natal. No ano passado, a série de

atentados deixou 80 mortos. Em

agosto, o grupo atacou o principal QG

da ONU na Nigéria, deixando 24

mortos e 116 feridos.

No domingo, um porta-voz do grupo,

identificado como Abul-Qaqa,

reivindicou a autoria dos atentados. Ele

deu entrevista ao jornal Daily Trust, o

mais popular entre as comunidades

muçulmanas do norte da Nigéria. O

diário tem sido usado pelo Boko Haram

para assumir atentados e fazer

ameaças a autoridades.

O presidente nigeriano, Goodluck

Jonathan, lamentou os ataques e

prometeu mais firmeza contra o grupo.

"(Os atentados) são uma afronta

injustificável à nossa segurança

coletiva e liberdade", disse.

Com AP

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