No sofrimento do crente é Deus quem tem a última palavra!
João Batista Azevedo, Rev
Jó - 1 - 1 : 12
IntroduçãoO livro de Jó trata do sofrimento humano. Jó era homem bom, rico e feliz, mas Deus permitiu que da noite para o dia perdesse os filhos e tudo o que tinha e que fosse atacado por uma doença dolorosa e nojenta. Depois Jó e os seus amigos conversam, em diálogos poéticos, procurando achar explicação para tanta desgraça. No fim Deus aparece e dá a resposta.Pensava-se, naquele tempo, que o sofrimento é sempre resultado do pecado. Para os amigos de Jó, Deus sempre recompensa os bons e castiga os maus. Portanto, se Jó está sofrendo, é porque pecou, mesmo que tenha sido em segredo. Mas Jó reage contra esta explicação. Ele não entende como Deus deixou que tamanha desgraça caísse sobre ele, visto que sempre foi um homem bom e honesto. Neste estado de angústia e de dúvida, Jó chega a desafiar a Deus. Ele exige uma explicação para que finalmente possa ser aceito por Deus e considerado pelos outros como um homem bom e correto.E Deus tem a última palavra. Ele não responde às perguntas de Jó, mas fala do seu próprio poder e sabedoria. Humildemente, Jó reconhece que ele não é nada diante de um Deus tão poderoso e sábio e arrepende de haver usado palavras duras e violentas. Assim, podemos entender que este livro trata de perguntas pertinentes a nós, crentes em Cristo Jesus: " Se Deus é justo e amoroso, por que permite que um homem realmente justo, tal como Jó, sofra tanto? Observamos o seguinte para buscarmos as resposta:1º - Deus lida com situações elevadas demais para a plena compreensão da mente humana. ( Jó 37.5)A nossa limitação não nos permite ver as coisas com a amplitude da visão de Deus. O profeta Isaías (55:8), sendo usado por Deus, escreveu que os pensamentos do Senhor não como os nossos pensamentos, assim também como os seus caminhos não são como os nossos. De sorte que podemos afirmar que a visão de Deus também não é como a nossa visão.Poderíamos ainda afirmar, se os pensamentos de Deus não como os do homem natural, a sua mente e o coração podem ser renovados e transformados quando se vive para Deus (Rm 12:1-2), a partir daí, os nossos pensamentos devem iniciar um processo de conformidade com os pensamentos de Deus. Isto mediante à observação da sua Palavra e pela obediência à voz do Espírito Santo."Nosso sofrimento passa pela transcendência divina." 2 – A verdadeira base de fé acha-se, não nas bênçãos de Deus, nem nas circunstâncias pessoais, nem em teses formuladas pelo intelecto, mas na revelação do próprio Deus. (Dt 29:29) Daniel (Dn2:28) pode experimentar dos frutos desta revelação divina, quando foi usado para interpretar o sonho do rei Nabucodonosor, e este, vendo que Daniel foi realmente usado por Deus, reconheceu a existência do Deus de Daniel. Para nós, Deus se revelou no seu próprio filho, Jesus Cristo. Paulo reconhece essa revelação, e por diversas vezes a aborda, a exemplo do que faz ao se despedir ao Romanos em sua carta capítulo 16 versos 25 a 27.Portanto, nosso base de fé é o próprio Jesus Cristo e seu ministério, e ele mesmo nos ensinou que passaríamos por aflições, mas que tivéssemos de bom ânimo, porque ele, embora sofrendo, venceu todas as adversidades da vida."Nosso sofrimento passa pelo ministério doloroso mas vencedor de Cristo."3 - Os métodos de Deus podem parecer duros, mas no final, Ele é plenamente compassivo e misericordioso. (Tiago 5:11)A palavra usada muitas vezes se referindo a Jó como paciente, fica melhor traduzida como perseverante ou resistente.Perseverar, é permanecer firme, em meio a todas as provações, sem perder a fé em Deus. Isso brota de uma fé que triunfa até o fim entremeios a sofrimentos. O fim das provações que o Senhor enviou a Jó, revela que, em todas as suas aflições, Deus cuidava dele e o sustentava na sua misericórdia. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis.ConclusãoDeus permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. Deus nunca permite que o crente sofra sem que haja um propósito espiritual, muito embora quase sempre, o crente não compreenda o porque.Basta apenas confiar na justiça e misericórdia dEle, sabendo que na sua perfeição Ele não vai falhar, e fará sempre o que é melhor para nós e para o seu reino.
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