terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pastores evitam conversas sobre meio ambiente para não serem classificados como liberais

PorLuiza Oleszczuk | Repórter do The Christian Post tradutor Michael Barreto

Pastores parecem passar muito pouco tempo lidando com assuntos do meio ambiente

nas igrejas, e alguns críticos suspeitam que é devido ao medo de serem

classificados como “liberais”.

Proteger o meio ambiente seria dever Bíblico

Os líderes de igrejas quem vêm a importância da criação de Deus dizem que não

deveria ser assim. Cuidar das criações de Deus é uma importante parte das

Escrituras, dizem aqueles quem não têm medo de serem classificados como

apoiadores do meio ambiente.

Segundo The National Religious Partnership for the Environment (NRPE), uma

organização inter-religiosa norte-americana sem fim lucrativo, a ética

evangélica de cuidar do meio ambiente é baseada em ensinamentos bíblicos como:

“Honrar a Deus como Criador e respeitar Seu trabalho (Salmo 19, 121, Job 38, Job

39);” “Obedecer o chamado de Deus para amar nossos vizinhos, particularmente

aqueles que são pobres e menos poderosos (Deuteronômio 6, Lucas 10, Mateus 22,

Marcos 120);” e “Avançar o trabalho de Cristo (Colisseus 1, Romanos 8).

Essas crenças são frequentemente referidas pelos pastores como os “comissários

da criação,” que prega ser dever de um cristão cuidar da Terra criada por Deus .

“Como seguidores de Jesus Cristo, comprometidos com as Escrituras, e conscientes

de como degradamos a criação, acreditamos que a fé Bíblica é essencial na

solução de nossos problemas ecológicos,” está escrito na “Declaração Evangélica

Sobre o Cuidado Com a Criação”, da Rede Evangélica do Meio Ambiente (EEN), um

ministério "dedicado ao cuidado da criação de Deus".

Alguns pastores acreditam que o tópico está faltando no púlpito da igreja porque

muitos associam o “verde” ou o pró meio ambiente como uma classificação de

“liberal.”

Muitos líderes de igrejas consideram o tema do meio ambiente como político, e

optam por manter este contexto a parte dos assuntos da igreja.

O Reverendo Canon Sally G. Bingham, do Projeto Regeneração, um grupo dedicado ao

aprofundamento da conexão entre ecologia e fé, disse ao The Christian Post que

não queria que seu ministério tratasse sobre o que eles consideram “assunto

político.”

Para Bingham, estes medos são desnecessários, já que a terra é um tópico Bíblico

e não político.

O Reverendo afirma que “quando você fala sobre amar seu vizinho como a você

mesmo, isso significa que você não polui o ar e a água de seu vizinho. É uma

mensagem tão simples, mas pessoas se aproximam e dizem: ‘Eu nunca pensei assim

antes’”. Além disso, completou, “eu acho que faremos um grande impacto se

conseguirmos mais religiosos pensando sobre o meio ambiente como um assunto de

fé.”

“Claro, existem outras razões pelas quais os pastores talvez não queiram fazer

tópicos ecológicos como parte de seus sermões”, diz Bingham, “por exemplo,

muitos sacerdotes foram ao seminário há anos atrás, quando o meio ambiente não

era um tópico tão popular como hoje. Os pastores talvez não saibam como falar

sobre tais assuntos”.

Bingham acredita que este cenário está mudando e os sacerdotes mais jovens

entendem e estão aprendendo nos seminários atualmente.

Quando o CP perguntou a um jovem teologista cristão quais temas ele gostaria de

ouvir na igreja, ele não hesitou em mencionar ecologia.

Chris Kugler, aluno de teologia na Universidade de Cleveland, EUA, e autor de

“Being Christian: A Journey fromthe Boat to the Shore Culminating at the Cross

(ou Ser Cristão, uma jornada do bote até a costa culminando na cruz, em tradução

livre ao português) falou ao CP:

“Não estou advogando que nos importamos mais com focas do que com seres humanos,

estou simplesmente dizendo que Deus ama a criação total; que Deus ama o reino

animal e a Terra.”

“Existe uma dimensão ecológica sobre as Escrituras que acredito ser realmente

ignorada,” expressou o autor, cujo livro discute jeitos corretos de interpretar

a Bíblia. “E acho que uma das razões para que isso seja ignorado é porque as

pessoas têm a crença que só estamos passando pela Terra e que elas não a

consideram seu lar.”

“Cristãos que dizem que cuidar da Terra, pobreza, e AIDS, não é importante; que

a água suja na África não é importante, não é cristão,” ele falou ao CP. “Deus

ama esse lugar, e Deus quer restaurá-lo e regenerá-lo”, aumentou.

O Reverendo Richard Cizik, ex vice-presidente de Assuntos Governamentais da

Associação Nacional de Evangélicos, disse que “a crise da mudança do clima não é

algo na qual podemos esperar dez anos, cinco anos, e nem mesmo um ano para

encarar. A mudança do clima é real e foi causado pelos humanos. Precisa de ação

agora. E estamos falando de ação baseado no ponto de vista da Bíblia de um mundo

de Deus”.

Em dezembro, a Associação apresentou uma resolução para discussão de 56 páginas

sobre como as mudanças ao meio ambiente afetam os mais vulneráveis.

O documento explora a “base Bíblica de envolvimento dos cristãos, a ciência de

um ambiente em mudança, como o clima afeta os pobres, e “jeitos práticos para ir

em frente.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.