domingo, 12 de fevereiro de 2012

SOFIA PERDOOU OS ASSASSINOS DE SEUS PAIS

COLÔMBIA


Faz mais de dois anos desde que Sofia foi recebida no abrigo para as crianças da Portas Abertas. Sofia chegou na noite de 19 de agosto de 2009, quase quatro meses após a experiência traumática de perder sua mãe e seu pai, mortos por guerrilheiros colombianos em 24 de abril de 2009.
Seus avós paternos sabiam que lá ela seria cuidada e receberia uma educação que eles não tinham. Disseram que era muito difícil para eles criar três crianças, já que Sofia tinha uma irmã mais nova e um irmão bebê.

Seu avô disse que "nem a Igreja nem nós sabemos como ajudar a Sofia. Nosso pastor é muito gentil e amoroso, mas não há ninguém agora que possa nos ajudar a curar esta grande dor em nossos corações."

No começo, Sofia parecia tentar suprimir as memórias de sua perda, para ajudá-la a lidar com a dor que sentia. Ela chorava com o pensamento de que nunca mais veria seus pais novamente. Quando chegou à Casa Abrigo, ela disse: "Eu realmente não sabia quem era Deus... eu culpava Deus e não queria saber nada sobre ele.

Depois, os professores foram muito pacientes e me ensinaram sobre como conhecê-lo através da Bíblia e eu tenho uma relação mais próxima com Ele." A Portas Abertas iniciou uma campanha de cartas específica para apoiar Sofia, menos de um mês após a tragédia, e por mais de um ano ela recebeu centenas de cartas escritas por pessoas diferentes de todo o mundo, que têm orado por ela.

Sofia está agora com 13*anos e indo muito bem. Ela participa do grupo de louvor e quer ser uma missionária. Pretende estudar administração de empresas e cuidar de seus irmãos. "Aqui, eu aprendi muitas coisas", diz Sofia. "Por exemplo, faço parte da equipe de ginástica e posso me esticar e dobrar facilmente. Isso é porque eles me ensinaram a fazer isso." Sofia também participa de um projeto de danças tradicionais de diferentes regiões da Colômbia, iniciado em outubro de 2010. "Eu gosto de dançar e estou muito feliz com esse projeto", declara.

Em meio à alegria das atividades desenvolvidas na Casa Abrigo, Sofia disse que raramente fala sobre a morte de seus pais por causa da dor que isso provoca. É uma triste lembrança que carrega diariamente, porém ela tenta se lembrar apenas do que é bom. Sofia pode sufocar seus pensamentos fazendo muitas coisas, mas suas lágrimas podem ser incontroláveis quando se lembra do último contato que teve com seus pais, no momento em que estavam morrendo.

"Eu sinto falta de meus pais, de minha irmã e de meu irmão, mas também sei que este lugar é o novo lar que Deus me deu para estar bem. Aqui eu tenho coisas que não imaginava ... e tenho amigos", compartilha Sofia. O processo de restauração requer tempo e ela terá sempre de enfrentar a realidade e aprender a viver na solidão deixada pela ausência de seus pais. Além disso, Sofia tem aprendido a lidar com a mudança da Casa Abrigo, quando alguns amigos se formam ou seguem em frente por diversos motivos. No entanto, as lágrimas escorriam pelo rosto de Sofia enquanto observava sua amiga Blanca passar pela primeira cerimônia de formatura da escola, em dezembro de 2010.

A avó de Sofia sabe que a cura não é um processo fácil, mas se sente grata pela oportunidade de ter sua neta na Casa Abrigo. Onde ela mora não é seguro, apesar de a guerrilha ter perdido muitas pessoas. Mas como estão com nova liderança, ainda causam mortes em sua região. Lá é perigoso para Sofia por causa da história de sua família. Pastores, líderes e crianças sofrem constantes ameaças de grupos armados de esquerda, que odeiam o trabalho evangelístico dos pastores, pois muda o pensamento da população e dos membros de seus grupos.

Após um processo longo e difícil de luto, Sofia foi capaz de perdoar as pessoas que assassinaram seus pais. Ela tem amadurecido e entendeu que Deus não permitiu que seus pais morressem apenas para magoá-la. Ela compreendeu que Deus a ama e vai conduzi-la através do sofrimento e da dor causada pela perda de seus pais.

Esta mudança é o resultado de uma longa e crescente caminhada com Deus. A Portas Abertas tem sido capaz de andar com ela e com outras crianças perseguidas que vivem na Casa Abrigo. Vidas estão sendo transformadas, da desesperança à esperança, da tristeza à alegria e da devassidão à restauração e cura.

* O nascimento de Sofia foi dia 6 de junho de 1998

FontePortas Abertas
TraduçãoHomero Chagas

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