(Provérbios 21.26) – O cobiçoso cobiça o dia todo, mas o justo dá, e nada retém.
(Eclesiastes 6.9) – Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça;
também isto é vaidade e aflição de espírito.
Os preços deveriam ser fixados a partir do custo. Colocam-se numa planilha os
custos de produção variáveis e fixos, como impostos, salários, matéria-prima,
energia, frete, etc., e a margem de lucro que remunere adequadamente os esforços
de produção. Está formado o preço. O lucro virá pela venda em escala. Mais
vendas, mais trabalho, mais lucros (parece justo!). Mas, ao contrário, é aqui
que entra o jogo da COBIÇA x GANÂNCIA, onde prevalece a perseguição pelo maior
preço possível, pelo grande lucro no menor tempo possível, prática que será
desencadeada sempre que houver uma vontade inquieta de comprar do outro lado do
balcão.
Esses dias assistimos matéria no canal Futura, que tratava dos camelôs no centro
do Rio de Janeiro. Foi entrevistado um ambulante que se orgulhava de ter vendido
uma geringonça (pirata, chegada ao Brasil em qualquer navio oriundo da China)
para a esposa do Gilberto Gil, num sinal de trânsito. Quando percebeu que se
tratava da celebridade, que estava ao lado do marido, deduzindo o volume de sua
conta bancária, o camelô não pensou duas vezes e disparou seu preço: R$ 120,00.
Ela comprou sob os protestos do marido. Para resumir, o preço da coisa era R$
15,00; certamente já incluída sua razoável margem de lucro. Supondo que o custo
do cacareco tenha sido R$ 10,00, o cara lucrou na menos que 1200 %…
Infelizmente, essa cena se repete todos os dias. É o jogo COBIÇA x GANÂNCIA.
Alguns vão morrer elogiando a sagacidade desse ambulante. Outros, pelo menos vão
pensar um pouco sobre a “nobreza” dessa atitude (é nesses que deposito minhas
esperanças). É claro que esse foi um caso isolado, mas em maior escala a lógica
é a mesma.
Uma coisa eu aprendi cedo. Meu preço deve ser um só: aquele que acho justo. O
preço dos outros, não sei, e por isso mesmo vou tentar, a todo custo, pechinchar
e domar minha COBIÇA, pois sei que ela lhes alimenta GANÂNCIAS. Se o preço for
maior do que vale, vou tentar esperar baixar… e vai baixar. Não quero comprar
nada por preço injusto (pior ainda, coisa de que talvez nem preciso tanto).
(Mateus 5.37) – Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque, o que
passa disto é de procedência maligna.
(Provérbios 10.4) – O que trabalha com mão enganosa empobrece, mas a mão dos
diligentes enriquece.
Boas compras!
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