sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Blogueiro compara pastor Silas Malafaia ao Papa Bento XVI: “Em certo ponto não há diferença alguma entre os dois”

O jornalista e doutor em ciência

política Bruno Sakamoto questionou em

artigo escrito em seu blog no portal

Uol o discurso realizado pelo Papa

durante um evento feito para

diplomatas de 180 países, quando

defendeu as famílias baseadas “no

casamento entre um homem e uma

mulher”, afirmando que “políticas que

minam a família ameaçam a dignidade

humana, bem como seu futuro”.

Para Sakamoto, “líderes religiosos

têm o direito de expressarem as

posições de sua crença para os seus

fiéis. Mesmo que ele tivesse feito

algo totalmente nonsense – como

condenar uma pessoa de seu rebanho

por dar fim à própria vida devido a

um estágio terminal e

insuportavelmente doloroso de uma

doença (coisa que um humanista nunca

faria…) – ele teria o direito a isso.

Pois foi eleito para guiar

espiritualmente um grupo,

independentemente do que esse grupo

acredite”.

Porém, o jornalista crítica a postura

do Papa ao interferir em assuntos que

dizem respeito a pessoas que não o

reconhecem como líder: “O problema é

quando um líder atua para que outras

pessoas, que não o elegeram nem para

síndico de prédio, deixem de viver,

morrer ou amar como bem quiserem”

afirma Bruno Sakamoto.

Em sua comparação entre o pastor

Silas Malafaia e o Papa Bento XVI,

Sakamoto chega à conclusão de que

ambos são iguais: “Qual a diferença

entre Bento 16 e Silas Malafaia? Com

todo o respeito e sem medo de ser

linchado, eu diria que, nesses casos,

nenhuma. O polêmico líder da Igreja

Vitória em Cristo é conhecido por

declarações contundentes na defesa de

uma visão conservadora e seus

discursos, não raras vezes, confundem

liberdade religiosa e de expressão

com uma guerra contra a diversidade.

Somos mais coniventes com o

ex-cardeal Ratzinger por conta do

tamanho da Igreja Católica e sua

influência na formação da nossa

sociedade ocidental, mas o conteúdo

contra direitos dos homossexuais está

presente nas falas de ambos”.

Sakamoto volta a tecer críticas às

influências que líderes espirituais

tem sobre os fiéis, afirmando que

esses “seguidores de uma pretensa

verdade divina taxam o comportamento

alheio de pecado e condenam os

diferentes a uma vida de inferno aqui

na Terra”. O texto ainda faz menção a

uma suposta responsabilidade desses

líderes sobre os atos extremos de

fiéis. “Líderes religiosos dizem que

não incitam a violência. Mas não são

suas mãos que seguram a faca, o

revólver ou a lâmpada fluorescente,

mas é a sobreposição (sic) de seus

argumentos ao longo do tempo que

distorce a visão de mundo dos fiéis e

torna o ato de esfaquear, atirar e

atacar banais. Ou, melhor dizendo,

“necessários”, quase um pedido do

céu. São ações como a de Bento 16 e

de Silas Malafaia que alimentam

lentamente a intolerância, que depois

será consumida pelos malucos que

fazem o serviço sujo”, conclui.

Fonte: Gospel+

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