sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Líder de grupo muçulmano defende extermínio de todos os cristãos da Nigéria

Ameaça em vídeo foi postada no

Youtube e transmitida pela TV
Líder de grupo muçulmano defende

extermínio de todos os cristãos da

Nigéria
O líder da seita islâmica Boko Haram

disse que as recentes matanças de

cristãos nigerianos foram ataques de

vingança justificáveis e que o

presidente Jonathan Goodluck não

tinha poder para evitar a insurgência

do grupo.
O vídeo de 15 minutos do líder

Abubakar Shekau foi postado no

YouTube e reproduzido em parte por

vários canais de TV. Seu estilo é

similar às mensagens enviadas por

grupos muçulmanos como a Al Qaeda, um

sinal da influência crescente que

outros movimentos jihadistas tem

sobre a seita.
“Boko Haram” na língua Hausa

significa “a educação ocidental é

pecado”, tem cometido assassinatos

quase diários de cristãos na região

nordeste do país, de maioria

muçulmana.
“Os cristãos, todo mundo sabe o que

eles fizeram contra nós, muçulmanos…

fomos atacados e decidimos nos

defender. Porque estamos no caminho

certo, Deus nos fez mais fortes”, diz

o Imã Abubakar Shekau, que no vídeo

aparece sentado segurando dois rifles

Kalashnikov e vestindo um casaco

camuflado à prova de bala. “Jonathan,

(você) sabe muito bem que isso está

além de seus poderes”, acrescentou,

referindo-se ao presidente.
Shekau é o atual líder da Boko Haram

e deseja que a lei muçulmana (sharia)

seja amplamente aplicada na Nigéria,

o país mais populoso do continente

africano. Ele assumiu o poder depois

que o fundador da seita, Mohammed

Yusuf, foi morto pela polícia em 2009

durante uma revolta na qual morreram

700 pessoas.
“Todo mundo sabe como nosso líder foi

assassinado e todo mundo sabe a

maneira que os muçulmanos foram

mortos”, diz Shekau com ar sereno.

“Essa catástrofe é causada pela

incredulidade, a agitação é a

incredulidade, a injustiça é a

incredulidade, a democracia é a

incredulidade e a constituição é a

incredulidade.”
Os ataques da Boko Haram começaram em

pequena escala na cidade de

Maiduguri, no nordeste do país. Mas

aos poucos foram crescendo e

ultimamente têm se tornado cada vez

mais sofisticados e ambiciosos.
Em agosto do ano passado, a seita

realizou um atentado suicida contra a

sede das Nações Unidas na capital

Abuja, matando 24 pessoas. No dia de

Natal, idealizando explosões

coordenadas contra igrejas cristãs,

que mataram pelo menos 37 pessoas.

Eles dizem que seu objetivo é

exterminar todos os cristãos do país.
Os ataques mais recentes têm como

alvo apenas os cristãos, mas dezenas

de muçulmanos já foram mortos pela

seita no passado.
“Qualquer pessoa que nos ataca,

iremos atacar de volta, mesmo que

seja muçulmano. Vamos matar todos que

trabalham contra o Islã, mesmo que

digam ser muçulmanos”, disse Shekau

no pronunciamento oficial.


Traduzido e adaptado de Reuters

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