Ameaça em vídeo foi postada no
Youtube e transmitida pela TV
Líder de grupo muçulmano defende
extermínio de todos os cristãos da
Nigéria
O líder da seita islâmica Boko Haram
disse que as recentes matanças de
cristãos nigerianos foram ataques de
vingança justificáveis e que o
presidente Jonathan Goodluck não
tinha poder para evitar a insurgência
do grupo.
O vídeo de 15 minutos do líder
Abubakar Shekau foi postado no
YouTube e reproduzido em parte por
vários canais de TV. Seu estilo é
similar às mensagens enviadas por
grupos muçulmanos como a Al Qaeda, um
sinal da influência crescente que
outros movimentos jihadistas tem
sobre a seita.
“Boko Haram” na língua Hausa
significa “a educação ocidental é
pecado”, tem cometido assassinatos
quase diários de cristãos na região
nordeste do país, de maioria
muçulmana.
“Os cristãos, todo mundo sabe o que
eles fizeram contra nós, muçulmanos…
fomos atacados e decidimos nos
defender. Porque estamos no caminho
certo, Deus nos fez mais fortes”, diz
o Imã Abubakar Shekau, que no vídeo
aparece sentado segurando dois rifles
Kalashnikov e vestindo um casaco
camuflado à prova de bala. “Jonathan,
(você) sabe muito bem que isso está
além de seus poderes”, acrescentou,
referindo-se ao presidente.
Shekau é o atual líder da Boko Haram
e deseja que a lei muçulmana (sharia)
seja amplamente aplicada na Nigéria,
o país mais populoso do continente
africano. Ele assumiu o poder depois
que o fundador da seita, Mohammed
Yusuf, foi morto pela polícia em 2009
durante uma revolta na qual morreram
700 pessoas.
“Todo mundo sabe como nosso líder foi
assassinado e todo mundo sabe a
maneira que os muçulmanos foram
mortos”, diz Shekau com ar sereno.
“Essa catástrofe é causada pela
incredulidade, a agitação é a
incredulidade, a injustiça é a
incredulidade, a democracia é a
incredulidade e a constituição é a
incredulidade.”
Os ataques da Boko Haram começaram em
pequena escala na cidade de
Maiduguri, no nordeste do país. Mas
aos poucos foram crescendo e
ultimamente têm se tornado cada vez
mais sofisticados e ambiciosos.
Em agosto do ano passado, a seita
realizou um atentado suicida contra a
sede das Nações Unidas na capital
Abuja, matando 24 pessoas. No dia de
Natal, idealizando explosões
coordenadas contra igrejas cristãs,
que mataram pelo menos 37 pessoas.
Eles dizem que seu objetivo é
exterminar todos os cristãos do país.
Os ataques mais recentes têm como
alvo apenas os cristãos, mas dezenas
de muçulmanos já foram mortos pela
seita no passado.
“Qualquer pessoa que nos ataca,
iremos atacar de volta, mesmo que
seja muçulmano. Vamos matar todos que
trabalham contra o Islã, mesmo que
digam ser muçulmanos”, disse Shekau
no pronunciamento oficial.
Traduzido e adaptado de Reuters
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