A prioridade de Jesus é solucionar o
problema espiritual do homem.
Certo dia, alguém aproximou-se de
Jesus e lhe disse:
"Mestre, dize a meu irmão que reparta
comigo a herança. Mas ele lhe
respondeu: Homem, quem me constituiu
a mim juiz ou repartidor entre vós? E
disse ao povo: Acautelai-vos e
guardai-vos de toda espécie de
cobiça; porque a vida do homem não
consiste na abundância das coisas que
possui" (Lc.12.13-15).
Aquele homem procurou o Senhor Jesus
para pedir providências a respeito de
um problema material, mas sua
solicitação não foi atendida.
Seria bem diferente se o seu desejo
fosse outro e ele dissesse: "Mestre,
quero ser seu discípulo, ouvir seus
ensinamentos, aprender mais da tua
palavra. Quero ser salvo".
Nada disso. Ele trouxe um problema
material para Jesus resolver e esse
tipo de coisa nunca foi prioridade
para Cristo e CONTINUA NÃO SENDO.
Se aquele homem estivesse buscando
salvação, pode ser que até o seu
problema financeiro fosse resolvido.
Além disso, havia um agravante na
situação: Jesus viu que aquele
coração estava contaminado pela
cobiça. Sua motivação era pecaminosa.
Portanto, Jesus não poderia
atendê-lo.
Embora, tenha chamado Jesus de
"Mestre", o homem não tinha nenhum
interesse pelos ensinamentos de
Jesus. Ele também não queria ser
discípulo, ou seja, não queria
compromisso algum com Jesus, mas
apenas uma bênção particular. Ele não
tinha intenção de fazer a vontade do
Senhor, mas sim que a sua própria
vontade fosse feita.
Chamou Jesus de Mestre, mas tratou-o
como se fosse juiz e repartidor de
bens. Seus lábios diziam uma coisa,
mas seu conceito sobre Cristo era
outro. Ele tinha uma idéia errada
sobre Jesus, assim como muitas
pessoas têm hoje.
O pedido daquele homem não parecia
algo ruim, mas coisas boas também
podem ser prejudiciais quando a
vontade de Deus não é o principal em
nossas vidas.
Jesus não atendeu aquela petição,
assim como deixa de atender muitas
orações materialistas hoje. Ele
estava bem consciente do propósito de
sua vinda ao mundo. Ele veio resolver
o problema espiritual do homem. É
verdade que ele resolveu também
muitos problemas físicos, mas não de
pessoas que tivessem motivos
pecaminosos no coração.
As questões físicas e financeiras são
secundárias para Jesus. Ele veio
salvar os pecadores, restabelecendo a
comunhão dos homens com Deus. Esta
era e continua sendo a sua prioridade
máxima.
Aquele homem tentou desviar Jesus do
seu propósito. Aquilo pode ter sido
uma tentação, mas poderia também
parecer uma oportunidade. Se Jesus se
dedicasse a resolver aquele problema
da herança, certamente ele
conseguiria, e da melhor forma
possível. Então, quem sabe, ele se
tornaria um famoso solucionador de
conflitos relacionados a questões
familiares, etc. Poderia tornar-se um
juiz famoso, mas não teria mais todo
o tempo disponível para pregar o
evangelho do Reino de Deus.
Isto pode acontecer conosco hoje.
Muitas são as propostas que tentam
nos desviar do propósito de Deus para
nós.
Assim como Jesus estava bem
consciente de sua identidade, função
e propósito, nós também precisamos
saber que o propósito do evangelho é
espiritual. Não tentemos colocar
Jesus como nosso servo para resolver
uma série de questões deste mundo.
Ele pode resolver tudo, desde que nos
aproximemos dele pelos motivos
certos. Se Cristo for o mais
importante para nós, então deixaremos
que ele cuide do resto, seja para nos
atender ou para negar nossos pedidos.
Acima de tudo, saberemos que, a sua
graça nos basta.
Pr.Anísio Renato de Andrade
www.anisiorenato.com
Twitter @anisiorenato
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