O Propósito da Aparição Não Era Outro
Senão Consolar Jesus
O fato de Moisés e Elias conversarem
com Jesus legitima a comunicação com
os mortos e a reencarnação?
Podemos afirmar
categoricamente que os fatos que
constatamos no episódio da
transfiguração, no monte Hermom (Mt
17.1-3), não fundamentam, de forma
alguma, uma sessão espírita ou um
processo de reencarnação.
O Antigo Testamento condena a
mediunidade, o que, pela
hermenêutica, jamais poderia ser
diferente nos escritos do Novo
Testamento. Transfigurar-se, no caso
em questão, significa “mudar de
forma”. No monte, Jesus assumiu sua
glória celestial (Mt 17.6). Lucas
afirma que no encontro de Jesus com
Moisés e Elias eles “falavam de sua
partida”, ou seja, da morte de Cristo
(Lc 9.31). O propósito da aparição
não era outro senão consolar Jesus,
pois os acontecimentos que o
aguardavam eram extremamente
angustiantes e demonstrariam a glória
de Cristo em seu reino.
Ao contrário disso, a questão
da comunicação com os mortos no
espiritismo tem outro objetivo.
Geralmente, os apelos ou
justificativas que levam alguém a
perseguir esse “contato” é a suposta
necessidade de desenvolver a
capacidade de mediunidade que a
pessoa acredita possuir. Quando não,
se deve à saudade de um ente querido
que faleceu. No encontro relatado na
Bíblia, porém, não houve quaisquer
desses objetivos ou intenções.
Podemos afirmar que aquela “reunião”
foi exclusiva e não há precedente
para a comunicação constante com os
falecidos, ou seja, não há nenhuma
invocação a líderes mortos, nem no
Antigo nem no Novo Testamento.
Ademais, é bom ressaltar que os
discípulos não conversaram com Moisés
e Elias, e muito menos os evocaram,
julgando que os tais pudessem, de
alguma forma, interceder por eles.
Em relação à reencarnação, o
espiritismo a define como sendo o
retorno da alma à vida corpórea, o
que o texto bíblico desaprova
totalmente, pois, se João Batista era
a reencarnação de Elias – como
classicamente apregoam os espíritas –
quem deveria ter aparecido na visão
seria João Batista, não Elias,
principalmente porque João já havia
sido degolado, por ordem do tetrarca
Herodes (Mt 14.1-12).
A Bíblia ensina que a alma,
após a morte, não vai para outro
corpo, como querem os espíritas, mas
que vai para o mundo espiritual, onde
aguarda a ressurreição. E mais. Para
que alguém reencarne é preciso que
morra, o que, no caso de Elias, não
aconteceu, pois o mesmo foi
arrebatado. O texto em destaque, que
aparenta ser um problema para os que
pregam contra a comunicação com os
mortos e a reencarnação, deve ser
entendido levando-se em consideração
o objetivo da referida aparição,
lembrando que os discípulos não
tiveram outra possibilidade senão
testemunhar esta experiência ímpar.
Se os discípulos encontrassem apoio
para consultar os mortos, será que
essa experiência não lhes daria
amparo? Por que, após o ocorrido,
eles não colocaram tal experiência em
prática? Por que não ensinaram a
reencarnação? A resposta não pode ser
outra senão a reprovação bíblica
quanto estas heresias espíritas.
Os Judeus Messiânicos Diferem Tanto
do Cristianismo como do Judaísmo
Tradicional
Quem são os judeus messiânicos?
Devido à abrangência do
assunto, nos deteremos apenas na
definição e nos conceitos do judaísmo
messiânico. Logo, não vamos, aqui,
legitimar ou condenar qualquer
posição, apenas informar quem são os
judeus messiânicos.
O pensamento dos adeptos do
judaísmo messiânico pode ser expresso
como um movimento que, segundo seus
defensores, tem suas raízes nos
apóstolos e nos seguidores de Jesus.
No seu desenvolvimento histórico, os
judeus messiânicos consideram-se
parte do autêntico judaísmo bíblico.
É a religião dos patriarcas, dos reis
e dos profetas que teve seu
cumprimento com a vinda de Yeshua
(Jesus), o Messias.
Enquanto o judaísmo
tradicional tem o Tanach (Antigo
Testamento) e o Talmude como Palavra
de Deus, mas rejeita Jesus como o
Messias prometido, o judaísmo
messiânico, por sua vez, afirma que o
Tanach e o Novo Testamento são a
Palavra de Deus, o Talmude não tem
tal autoridade e Jesus é o
cumprimento de todas as profecias
messiânicas. Para os judeus
messiânicos a Bíblia (Antigo e Novo
Testamentos) é regra de fé e prática.
Não há motivo para colocar o
cristianismo em situação superior ao
judaísmo, reivindicam. Assim, é
errado afirmar que o cristianismo
está separado e distinto do judaísmo.
Mas, ao mesmo tempo, afirmam que
Jesus é o fundador de uma nova
religião – o cristianismo. Este ponto
de vista dá margem para pregarem que
as Escrituras hebraicas foram
substituídas historicamente pelo Novo
Testamento, que a Igreja (composta
por gentios) substituiu Israel no
plano da salvação e que os discípulos
de Jesus deixaram a religião judaica
para se aliar a uma nova religião
chamada cristianismo.
Para os judeus messiânicos
Jesus veio cumprir uma antiga
religião e não estabelecer outra (Mt
5.17). O Novo Testamento é uma
continuação das Escrituras hebraicas
(2Tm 3.16). Os gentios apenas
compartilham das bênçãos de Deus, no
entanto, não assumem as bênçãos que
Deus deu exclusivamente a Israel (Rm
15.27).
As pessoas que reconheceram
que Jesus é o Messias que haveria de
vir não estabeleceram ou fizeram
parte de uma nova religião, mas
constituíram o judaísmo messiânico;
ou seja, apenas se tornaram judeus
messiânicos e não cristãos.
A primeira sinagoga judaica
messiânica conhecida nos tempos
atuais foi estabelecida por Joseph
Rabinowitz, na Rússia, em 1882. A ela
deram o nome de Sinagoga da
Congregação de Israelitas do Novo
Concerto. Nela, há a presença do
rabino, do ancião e dos componentes
da congregação.
Para eles, manter a identidade
judaica e suas heranças é fundamental
para a futura geração. Os eventos
referenciados nas Escrituras como “as
festas solenes do Senhor” celebradas
anualmente pelos antigos judeus são
ratificados pelos judeus messiânicos.
A conclusão é que não se consideram
nem cristãos nem judeus tradicionais
(judaísmo), mas apenas judeus
messiânicos.
É Mais Plausível Aceitar a
Interpretação de Que Esse Fogo é Uma
Advertência, Não Uma Promessa
Fogo do Espírito Santo ou do juízo?
“E eu, em verdade, vos batizo com
água, para o arrependimento; mas
aquele que vem após mim é mais
poderoso do que eu; cujas alparcas
não sou digno de levar; ele vos
batizará com o Espírito Santo, e com
fogo” (Mt 3.11).
As palavras de João Batista,
em Mateus 3.11, têm sido alvo de
várias interpretações, e muitas delas
sem fundamento. Alguns pensam que a
menção desse fogo teve seu
cumprimento nos dias de Pentecostes,
quando “foram vistas línguas
repartidas como que de fogo”. Esse
fogo seria, então, um símbolo da
presença de Deus, assim como Ele
apareceu a Moisés (Êx 3.1-6). Não
obstante, parece mais coerente
aceitar a interpretação de que esse
fogo é uma advertência, não uma
promessa. O que fica evidente no
texto é que enquanto alguns foram
compelidos ao arrependimento outros,
porém, rechaçaram a mensagem de João
Batista. Disso depreende que aos que
se arrependeram de seus pecados João
lhes prometeu o batismo com o
Espírito Santo, e aos que recusaram
tal procedimento lhes restava (ou
resta) a advertência do batismo com
fogo. As razões para que esse
“batismo com fogo” seja uma
advertência são as seguintes:
O contexto demonstra uma exortação de
João Batista aos fariseus, o que
evidencia mais uma predição de juízo
do que de bênção, aliás, a palavra
fogo também consta no versículo
anterior (v.10 ) e no posterior
(v.12)
No versículo 12 é dito que a palha
será separada do trigo, e queimada a
palha com fogo que nunca se apagará.
Em João 1.33 há a menção do batismo
com o Espírito Santo, porém, sem o
fogo. Da mesma forma, não há a menção
de fogo em Atos 1.5, quando o Senhor
Jesus repetiu a promessa do batismo
com o Espírito Santo.
Lucas não relata que o batismo, no
Pentecoste, foi com fogo, mas, sim
“...como que de fogo...” (At 2.3).
Tudo indica que esse batismo com fogo
está relacionado com o futuro (Cf.
2Ts 1.8; Lc 3.17; Mc 9.46-49; Ml
4.1).
A Vida do Animal era Oferecida em
Troca da Pena Pelo Pecado
Não seria desumano o sacrifício de
animais, conforme relata o Antigo
Testamento?
A importância dos ritos
religiosos na comunidade de Israel,
no Antigo Testamento, se expressava
por meio das libações, refeições
sagradas, sacrifícios de animais,
etc. Apesar de entendermos que a
nação de Israel não copiou esses
exemplos das nações pagãs, de fato,
essas nações tinham os mesmos
hábitos; mas a ideologia do povo de
Israel era distinta e diferente
delas. Se o sacrifício de animais nos
parece repulsivo, porque compramos
carne embrulhada em sacos plásticos,
para os israelitas, porém, era algo
perfeitamente normal. Matar animais
para fins religiosos era uma prática
comum no mundo antigo. A vida do
animal era dada em troca da morte do
pecador. Por causa da gravidade do
pecado, a situação do pecador não
poderia ficar sem uma solução. Era
esse o motivo que levava Deus a
aceitar os sacrifícios de animais,
cujo sangue derramado – sangue este
que simbolizava a vida (Lv 17.11) –
era vital para “cobrir” a
transgressão (Hb 9.22).
Entretanto, dentre todas ao
seu redor, Israel era a única nação
que sacrificava somente ao Deus único
e verdadeiro. O culto sacrificial de
Israel se fazia acompanhar também de
forte realce aos elevados valores
morais, ao contrário do culto pagão,
que associava o sacrifício à
prostituição cultual e a outras
perversões.
O sacrifício de animais era,
sobretudo, uma oferta pelo pecado. A
idéia primordial era que aquele que
estivesse ofertando o animal teria o
seu pecado “apagado”, ou seja, uma
forma voltar a se relacionar com o
Criador. Toda vez que um animal era
sacrificado servia de vívida
lembrança de que o pecado é algo
mortalmente grave (Gn 2.17).
Quando a vida do animal era
oferecida em troca da pena pelo
pecado, o culpado recebia a
purificação. Ao colocar a mão sobre a
cabeça do animal sacrificado (Lv
1.4), o adorador se identificava com
esse animal. Entendia claramente que
o animal estava morrendo em seu lugar
pelos pecados que cometera. Assim,
aquele sangue era um agente
purificador que eliminava o pecado,
já que representava a vida do animal.
No Novo Testamento, Jesus é
apresentado como o antítipo de todos
esses sacrifícios. Sendo Ele próprio
o “Cordeiro de Deus” (Jo 1.29), se
tornou o sacrifício perfeito,
eliminando, dessa forma, a
continuação e a necessidade de
sacrificar animais (Hb 7.27; 9.12-14;
10.18). A primordial diferença entre
o sacrifício de Jesus e os animais do
Antigo Testamento está na eficácia. O
sangue de Jesus não apenas “cobre” os
pecados, como o dos animais faziam,
mas purifica totalmente o pecador
(1Jo 1.7).
Bibliografia:
Bíblia Apologética. Instituto Cristão
de Pesquisas.
Série Apologética. Instituto Cristão
de Pesquisas.
CHAMPLIN, Norman. Dicionário de
teologia e filosofia. Candeia.
GEISLER, Norman. Enciclopédia de
apologética. Vida.
HORTON, Stanley M. Teologia
sistemática. CPAD.
Participantes desta edição:
Lúcio Flávio de Souza
Joel Ramos da Silva
Elisângela de Almeida
Dirce Nascimento
Preparado por: Gilson Barbosa
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