sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A Tribo de Manassés no Lugar da Tribo de Dã?

Por que Apocalipse 7.4 menciona a

tribo de Manassés no lugar da tribo

de Dã?
No capítulo em apreço, o

profeta João descreve um grupo seleto

de 144 mil crentes divididos em doze

grupos de doze mil. Há controvérsias

em relação à melhor maneira de

interpretar esse número: se devemos

fazê-lo espiritualmente (figurativo)

ou literalmente (este último, usufrui

de maior número de apoiadores). A

questão é que, independente disso, a

lista realmente substitui a tribo de

Dã, filho do relacionamento de Jacó

com uma criada de Raquel, sua esposa

legítima (Gn 30.6), pela tribo de

Manassés, filho do relacionamento de

José com uma egípcia. José era neto

de Jacó (Gn 41.51). Os prováveis

motivos para isso não estão

diretamente declarados nas

Escrituras, todavia, conhecendo-se um

pouco da história de Dã, é possível

tecer uma suposição razoável. Temos

na Bíblia testemunho de que Dã

associou-se a um dos pecados mais

abomináveis: a idolatria, dando-nos a

inferir que, por este motivo, teriam

sido seus descendentes substituídos

pelos de Manassés:

“E os filhos de Dã levantaram para si

aquela imagem de escultura; e

Jônatas, filho de Gérson, o filho de

Manassés, ele e seus filhos foram

sacerdotes da tribo dos danitas, até

o dia do cativeiro da terra” (Jz

18.30).

Uma outra hipótese foi

aventada por Irineu, importante pai

da igreja que viveu no final do

segundo século, cuja proposição foi a

de que o anticristo proviria dessa

tribo (Contra heresias, v. 30.2), o

que, aliás, já era cogitado em uma

obra judaica pseudepígrafe (O

testamento de Daniel 5.6). É possível

que João tivesse consciência disso,

embora esse fato em nada altere o

valor de inspiração divina no texto

em esclarecimento.


Fonte: ICP

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